A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) publicou novo decreto, no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (27), que autoriza a passagem de veículos longos e pesados de até 3.500 quilos de Peso Bruto Total (PBT) e de até 14 metros de comprimento pela MT-251, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães (62 km de Cuiabá), na altura do Portão do Inferno.
A medida restabelece o tráfego de veículos pesados na região e é válida para o trecho entre o Complexo Turístico da Salgadeira até a região do Buriti, nos dois sentidos da pista.
Os veículos que apresentarem peso e tamanho superiores vão continuar tendo a passagem proibida pela rodovia, que apresenta deslocamento de blocos no paredão do ponto turístico.
Anteriormente, quando o trecho começou a apresentar os deslizamentos dos blocos, a Sinfra já havia publicado uma portaria pela qual proibia a passagem de veículos pesados. Na época, foram autorizados apenas passagem de ônibus e vans das empresas do Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros.
A Sinfra ainda aguarda uma resposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para dar início às obras de retaludamento no paredão do Portão do Inferno, projeto encontrado pelo governo do Estado para solucionar os deslizamentos no local e o risco a quem trafega pela via.
INTERESSES – O Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad) e o Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT) divulgaram nesta quinta-feira (27) uma nota técnica em que criticam o anúncio feito pelo governo de Mato Grosso de que um trecho da MT-251, em Chapada dos Guimarães, conhecido como o Portão do Inferno passará por obras. As entidades apontam a decisão como uma “escolha política inadmissível”.
De acordo com a nota técnica, o Governo Estadual está promovendo obras de retaludamento – que referem-se à reconfiguração ou remodelação de inclinações ou superfícies inclinadas de terrenos ou rochas – no Portão do Inferno sem o devido licenciamento ambiental completo, o que inclui a ausência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). As obras foram licenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de forma simplificada, apesar das inconsistências apontadas por estudos independentes e pelos pareceres técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
As entidades alertam para riscos ambientais significativos, como a destruição de um sítio arqueológico, impactos na recarga do Aquífero Guarani e a possibilidade de erosões e contaminação hídrica dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Além disso, há preocupações sobre o impacto socioeconômico negativo para o município de Chapada dos Guimarães devido à interdição total da estrada durante o dia, que afetará serviços essenciais e a economia local.