O site Mato Grosso Econômico traz para você que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 79,2 pontos em maio, ante os 80,1 pontos observados em abril.
Na série com ajuste sazonal, o índice aumentou 0,3%, influenciado novamente pela melhora da avaliação das condições correntes (+0,8%) e das expectativas para os próximos meses (+0,4%).
No sentido oposto, o subíndice de intenção de investimentos voltou a cair na passagem mensal (-0,8%). Em relação a maio de 2015, o Icec reduziu 7,2%, refletindo ainda a intensificação da piora da atividade do comércio e a deterioração das condições do mercado de trabalho e do crédito. O subíndice que mede as condições correntes (Icaec) do Icec alcançou 40,8 pontos, aumento de 0,8% na passagem de abril para maio, na série que considera os ajustes sazonais.
Após consecutivas quedas, a avaliação das condições correntes mostra melhora desde fevereiro deste ano, na avaliação mensal dessazonalizada. Apesar disso, o índice continua em patamar muito baixo. No ano, a variação do Icaec foi negativa em -16,2%.
Já em maio, a percepção dos varejistas quanto às condições atuais melhorou novamente tanto em relação à economia (+7,2%) quanto em relação ao desempenho do setor do comércio (+0,4%).
Em relação ao desempenho da empresa, no entanto, a avaliação piorou (-1,3%). Além disso, o volume de comerciantes que avaliam as condições atuais como “piores” manteve-se elevado: para 93,9% dos varejistas, a economia piorou neste mês de maio, mesmo percentual observado em abril.
A avaliação dos comerciantes relativa às condições atuais da economia tem influenciado positivamente o Icaec, uma vez que o item vem crescendo desde janeiro, após atingir a mínima histórica em dezembro de 2015. Entretanto, o índice, que em maio chegou a 21,6 pontos, ainda se encontra em patamar extremamente abaixo do nível de indiferença (100 pontos).
Não se pode afirmar precisamente, e até o momento, que há sinais de recuperação da atividade do comércio. A evolução negativa da atividade econômica tem impactado em quedas consecutivas do PIB do setor. Além disso, o volume de vendas do comércio varejista tem experimentado os piores resultados da série histórica. No primeiro trimestre do ano corrente, o varejo registrou recuos de -7,0% no conceito restrito e de -9,6% no ampliado, segundo o IBGE.
Em ambos os casos, as perdas registradas superam os ritmos médios verificados ao longo de todo o ano de 2015 (-4,3% e -8,6%, respectivamente).
IEEC: Nova alta das expectativas em relação aos próximos meses
O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (Iiec) alcançou 122,3 pontos em maio, acima do nível de indiferença (100 pontos). Na passagem do mês, as expectativas apresentaram novo aumento (+0,4%), após crescimento da mesma magnitude em abril. Na comparação anual, as expectativas dos varejistas mantiveram-se praticamente estáveis (-0,1%), após o primeiro aumento em abril nessa base de comparação desde 2013.
A evolução positiva do Ieec em maio foi determinada pela melhora nas perspectivas de curto prazo relativas aos três itens que compõem o subíndice: aumentaram as expectativas quanto ao desempenho da economia nos próximos meses (+0,1%), ao desempenho do comércio (+0,3%) e ao da empresa (+0,6%).
Na comparação com maio de 2015, as perspectivas para a economia apresentaram novo aumento (+5,2%), o segundo na base de comparação anual desde abril de 2013. As variações negativas nos demais itens, no entanto, continuam indicando menor grau de otimismo dos comerciantes tanto em relaçao ao desempenho do comércio quanto ao da própria empresa no curto prazo.
Na avaliação de 54,9% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos próximos meses, percentual que se manteve praticamente estável na passagem do mês.
No curto prazo, ainda seguem ausentes fatores que indicam retomada do crescimento da atividade do comércio, uma vez que a demanda predomina em nível historicamente baixo,ocasionado pela deterioração do mercado de trabalho e do crédito. Considerando também o desempenho negativo do comércio varejista, apontado na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, e a pressão que ainda se mantém sobre os preços do varejo, as estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para o volume de vendas do comércio em 2016 é de queda de -4,8%, no conceito restrito, e -8,8%, no conceito ampliado.
IIEC: Emprego e investimentos no comércio continuam em baixa
Em maio, o subíndice que mede as condições de investimentos (Iiec) registrou 74,6 pontos, um pouco abaixo (-0,8%) do resultado de abril (76,8 pontos), influenciado por reduções nasintenções de contratação de funcionários (-1,0%) e nas intenções de investimentos na empresa (-2,0%). A avaliação do nível dos estoques diante da programação das vendas melhorou em maio (+0,4). O Iiec reduziu 12,2% em relação a maio de 2015.
A retração na comparação anual em todos os três itens que compõem o subíndice de investimentos reflete a queda observada no volume de vendas do varejo e a perspectiva negativa quanto ao desempenho do setor este ano. Associadas ao elevado custo de captação de recursos no mercado de crédito, têm influenciado os empresários a reduzir seus planos de investimentos, tanto no capital físico de seus negócios quanto na contratação de novos funcionários.
Para 75,6% dos empresários consultados, as intenções de investimento no capital social das empresas são menores, retrato das taxas de juros elevadas que incrementaram o custo de financiamento no mercado de crédito. Em abril, aquele percentual foi de 74,9%.
Após uma percepção mais negativa dos estoques no mês passado, em maio os comerciantes melhoraram tal avaliação, indicando que o nível de estoques está menor. Parcela ainda elevada do comércio varejista considera-se estocada: para 33,8% dos empresários consultados, os estoques estão acima do adequado. Entretanto, o maior percentual da série histórica desse indicador, até então, havia sido observado em abril, quando atingiu 34,4%.
Conclusão: A confiança do empresário do comércio aumentou na passagem de abril para maio na série que considera os ajustes sazonais. O aumento do Icec em maio resultou do incremento nos subíndices de avaliação das condições correntes e de expectativas.
Melhoraram as avaliações da situação atual tanto da economia quanto do setor do comércio. Variações positivas nestes itens têm sido observadas desde o início do ano, após seguidas quedas registradas a partir de meados de 2015. No entanto, na comparação com maio do ano passado, as avaliações dos componentes do Icaec continuam mostrando quedas.
As expectativas dos comerciantes para os próximos meses apresentaram novo aumento em maio, pela segunda vez consecutiva. Todos os itens evoluíram positivamente na passagem mensal, com destaque para a variação positiva das expectativas de desempenho da economia nos próximos meses na comparação com maio de 2015.
Já as intenções de investimentos diminuíram neste quinto mês do ano e também apresentaram quedas na comparação interanual. Melhorou a avaliação dos comerciantes quanto aos estoques diante da programação de vendas, no entanto mais de um terço dos varejistas consultados no mês considera o nível de estoques acima do adequado.
Continuam ausentes indicativos de retomada da atividade do comércio, ainda sem perspectivas de recuperação no médio prazo, especialmente em função das condições do mercado de trabalho (desemprego e queda da renda real dos consumidores), que seguem influenciando negativamente o consumo.
Sobre a pesquisa:
O Índice de confiança do empresário do comércio (Icec) é indicador antecedente apurado
exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País; e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.
O índice é construído a partir de nove questões. As três primeiras, que constituem o Índice de condições atuais do empresário do comércio (Icaec), comparam a situação econômica do País, do setor de atuação e da própria empresa, em relação ao mesmo período do ano anterior. As três perguntas seguintes avaliam os mesmos aspectos, porém em relação ao futuro no curto prazo, e formam o Índice de expectativas do empresário do comércio (Ieec).