O Sistema de Organização das Cooperativas Brasileiras em Mato Grosso (OCB/MT) está realizando um trabalho de articulação junto aos três senadores que representam o Estado – Jayme Campos (DEM), Wellington Fagundes (PL) e Carlos Fávaro (PSD) – com objetivo de trazer melhorias no acesso ao crédito gerido pelas cooperativas, o que será uma grande ferramenta para sobrevivência dos empreendedores neste ano.
Atualmente, Mato Grosso conta com 20 cooperativas de crédito, que, juntas, reúnem 632.965 cooperados. Para se ter uma ideia do que representa este número, basta compará-lo ao total da população mato-grossense. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado tem 3.567.234 habitantes. Sendo assim, podemos concluir que cerca de 18% da população de Mato Grosso integram uma cooperativa de crédito.
E é um percentual que está em crescimento. Se compararmos o número de cooperados nos anos de 2019 – 527.919 cooperados – e 2020 – 632.965 cooperados -, será possível perceber um avanço de 20%.
Para o presidente do FGCoop – Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito -, presidente na Central Sicredi Centro Norte e vice-presidente do Sistema OCB/MT, João Spenthof, este ano será desafiador por conta da alta de inflação, das taxas de juros e da taxa Selic. Ele acrescenta ainda que as previsões não são otimistas para o Plano Safra e nem para abertura do próximo.
Um cenário ainda mais preocupante nos municípios com menores Índices de Desenvolvimento Econômico e Social (IDH), que muitas vezes são atendidos, presencialmente, apenas pelas cooperativas, que são as únicas instituições financeiras como unidade física em mais de 40 municípios de Mato Grosso.
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O SISTEMA – Spenthof explica que essa capilaridade de atuação, somada à pulverização do crédito, com taxas justas, contribui de forma efetiva para o desenvolvimento local, o que torna evidente a necessidade de oferecer condições para as cooperativas ampliarem a atuação, seja com novas políticas públicas, seja com o cumprimento da lei que determina que 10% do total do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) sejam ofertados via cooperativa.
Em relação às reuniões com os senadores, o presidente do FGCoop avalia que a parte do convencimento sobre a importância das cooperativas, bem como a consistência delas no mercado já foi superada. “Todos conhecem o trabalho e atuação das cooperativas. O que eles sempre reiteram é a dificuldade em convencer os tomadores de decisão. Mas, eles estão neste trabalho de articulação”, afirma.
O senador Jayme Campos (DEM) se diz um defensor das cooperativas. Na opinião dele, elas são essenciais para o mercado por fomentar a concorrência e oferecer uma prestação de serviço mais barata e com mais qualidade, tendo em vista que diferente dos bancos tradicionais não visa lucro e sim o interesse comum dos cooperados.
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Outro ponto da argumentação do senador é a proximidade entre as decisões e as realidades regionais, uma vez que a governança é realizada com a participação dos cooperados, ou seja, gente que mora no local. “Os recursos públicos também devem ser utilizados via as cooperativas, pois elas conhecem uma realidade distante dos bancos, que é o dia a dia do trabalhador, do agricultor, enfim dos milhões que moram nos mais longínquos caminhos deste imenso Estado”, afirma.
Já o senador Wellington Fagundes, reforçou o papel do desenvolvimento regional das cooperativas. “Precisamos reforçar a importância das cooperativas na promoção do desenvolvimento econômico e social. Na implementação de pautas que dizem respeito não só aos cooperados, mas a toda a sociedade”, ressaltou.
O posicionamento de Fagundes é compartilhado pelo senador Carlos Fávaro, que acrescenta ainda o desempenho multissetorial das organizações. “As cooperativas de crédito possuem um papel muito importante para o desenvolvimento do País. Elas são parceiras do agronegócio, importantes para cada um dos brasileiros, para o comércio e para a indústria. Nós, no Senado, somos sabedores deste papel fundamental das cooperativas e vamos seguir trabalhando para dar condições para que elas possam atender cada vez mais e melhor àqueles que fazem o País andar”, argumentou.