A colheita da safra de soja 2022/23, Mato Grosso (MT), vem progredindo de forma gradual, mas com certo atraso em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, bem como abaixo da média dos últimos cinco anos.
Por conta do excesso de chuvas em algumas regiões, as operações de colheita vêm enfrentando dificuldades e os produtores já se preocupam com o desempenho produtivo para da safra. Uma vez que o excesso de precipitação pluviométrica prejudica o enchimento dos grãos, favorece a incidência de doenças e pragas, além de dificultar as ações de manejo para a fase de pré-colheita da soja.
De acordo com o informe de colheita da soja divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última sexta-feira, Mato Grosso apresenta 2,38% da área estimada para essa safra 2022/23 já colhida. O que representa 1,79 ponto percentual (p.p.) de variação negativa quando comparado com a safra 2021/22 no mesmo período do ano passado.
Essa segunda quinzena do mês fechou com as colheitadeiras em operação em todas as regiões do Estado. Como é tradição e com colheita iniciada antes da virada do ano – entre o Natal e o Ano Novo – destacam ‘na liderança’, o oeste com 6,07% da área com grãos extraídos, seguida pelo médio norte com 5,40% da área colhida. Em todas as regiões há atrasos nos trabalhos quando se compara o ritmo de igual momento do ano passado, conforme o Imea.
Ainda conforme os analistas do Imea, para este ano espera-se que a área da soja para a safra 2022/23, em Mato Grosso, continue avançando, alta de 2,95% em relação à safra passada, estimada em 11,73 milhões de hectares. Para o rendimento, a estimativa de produtividade exibe alta de 1,80% ante a safra passada, ficando prevista em 58,51 sacas por hectares (sc/ha). “Apesar de o indicador estar acima do observado no ano passado, algumas regiões registraram falta de chuvas no mês de novembro/22, o que limitou o potencial produtivo. Além disso, segue a preocupação quanto às chuvas na hora da colheita da soja, o que pode influenciar no aumento de grãos avariados”.
Leia também: Mesmo sob ameaça do clima, Rally da Safra projeta alta de 19% na safra de soja
Em relação à venda, a comercialização da safra 2022/23 alcançou 35,80% da produção, atraso de 7,63 p.p. ante a safra passada. “Esse cenário é justificado pela modificação do perfil do produtor, que tem aguardado melhores preços para negociar sua produção e a baixa necessidade de fazer caixa neste momento”, completam.
É esperado ainda que em 2023 a demanda por soja continue aquecida. Segundo o Imea, as exportações podem alcançar 24,21 milhões t e o consumo no Estado cresça para 11,30 milhões t, caracterizando mais um recorde em Mato Grosso.
MERCADO – Quanto ao mercado da soja, na semana passada as cotações da saca em Mato Grosso apresentaram novamente uma leve retração nos preços. Contudo, frente ao panorama de chuvas fortes em importantes regiões produtivas do Estado, o mercado pode até mesmo sinalizar alta nas cotações do grão para as próximas semanas, conforme o analista da Tarken, Fernando Marques.
Com isso, avaliando a flutuação dos preços nos últimos cinco dias, de 9 a 13, a saca teve as seguintes médias: Alta Floresta R$150,26/sc (queda de 0,51%), Sorriso R$159,51/sc (queda de 0,41%), Sapezal R$159,07/sc (queda de 0,52%), Itiquira R$165,31/sc (queda de 0,19%) e Cuiabá R$164,25/sc (queda de 0,35%).