Os produtores de biodiesel de Mato Grosso estão otimistas com a decisão anunciada pelo governo federal, na última sexta-feira, que estabeleceu novo cronograma para adição do biodiesel ao óleo diesel. Até 2026, a mistura no combustível fóssil deve ser de 15%, o chamado B-15. A partir de abril, o percentual saltará de 10% (B-10) para 12% (B-12).
Mato Grosso ocupa o segundo lugar na produção nacional de biodiesel. Desse total, 75% são provenientes do esmagamento de soja e o restante de sebo bovino e óleo de algodão.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que aprovou a elevação da mistura determinou que o aumento seja escalonado nos próximos anos, sendo 13% em 2024, 14% em 2025 e 15% em 2026. A nova regra foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no encontro que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na avaliação do Sindicato das Indústrias de Biodiesel do Estado de Mato Grosso (Sindibio/MT) a retomada do cronograma, que havia sido originalmente modificado em 2021 por conta da pandemia, é fundamental para que a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) siga em direção ao cumprimento dos acordos internacionais de descarbonização assumidos pelo Brasil.
“A decisão recoloca o país nos trilhos do desenvolvimento além de proporcionar a retomada do protagonismo na defesa do meio ambiente, necessário para a transição de baixo carbono e consequentemente na diminuição dos efeitos do aquecimento global. E o biodiesel tem papel fundamental nesta pauta”, destaca Rômulo Morandin, presidente do Sindibio/MT.
Atualmente, Mato Grosso possui 15 usinas de biodiesel que têm capacidade autorizada de produção anual de 2,6 bilhões de litros. Porém, por conta da alteração do cronograma e redução da adição do biodiesel em 2021, as indústrias estão com as operações reduzidas pela metade.
“O aumento da mistura impulsiona toda uma cadeia econômica já que a indústria de biodiesel cria emprego e renda tanto no campo como na cidade. Além disso, o biodiesel não compete com a produção nacional de combustível, já que o Brasil necessita importar até 30% do diesel consumido e a cada ponto de acréscimo de biodiesel estamos diminuindo a necessidade de importação deste produto fóssil“, finaliza Rodrigo Guerra que é vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do SindiBio/MT.