Dados apresentados com exclusividade mostram o impacto da desaceleração da inflação, queda do desemprego e crescimento da renda média foram determinantes para o aumento do poder de compra do consumidor. “O varejo alimentar brasileiro mostra resiliência diante das mudanças econômicas, impulsionado pelo aumento do poder de compra dos consumidores devido à desaceleração da inflação, queda do desemprego e crescimento da renda média. O incremento constante das vendas unitárias em supermercados e atacarejos impulsiona o setor, com avanços notáveis em unidades e valor”, pontuou Thomaz Machado, CEO da Scanntech.
Um destaque significativo é o aumento do número de compras em supermercados de bairro, que representam 60% das transações. “Em 2023, observou-se um crescimento no número de unidades pela primeira vez em três anos, e no acumulado do ano, pela primeira vez o volume de vendas apresenta um crescimento. Desde maio/junho de 2023, o crescimento em unidades estabilizou em torno de 2%, tendo o ano de 2024 seguido o mesmo ritmo, impulsionado pelo aumento do fluxo nas lojas. No segmento de atacarejo regional, as compras acima de R$ 500,00 representam 9,8% dos tickets e 34% do faturamento, destacando o potencial desse formato”, explicou o executivo.
Os dados revelaram outras evoluções significativas no perfil do consumidor e nas dinâmicas de compra. Uma das observações foi a distribuição da responsabilidade de compra nos lares brasileiros. Hoje, 48% dos jovens estão cada vez mais envolvidos nas decisões de compra, mesmo não sendo os principais responsáveis, o que sugere uma mudança nas dinâmicas familiares e de consumo.
Outro dado relevante é que 7 entre cada 10 shoppers (quem compra, mas não necessariamente vai usar o produto adquirido) visitam mais de uma loja durante suas compras, refletindo a crescente diversidade de opções disponíveis, especialmente com a expansão de diferentes formatos de supermercados, como atacarejos e estabelecimentos de vizinhança.
No que diz respeito aos padrões de compra, a Scanntech identificou – analisando sellout (venda direta ao consumidor final) de mais de 40 mil pontos de vendas do Brasil -, um equilíbrio entre compras do mês e compras de reposição, com cerca de 38% dos consumidores realizando compras menores. No entanto, Thomaz Machado destacou que cerca de 60% dos tickets do consumidor brasileiro são de até 100 reais. Indicando que há a necessidade de o varejo criar estratégias diferenciadas para atender às necessidades desta porcentagem da população que optam por compras menores por possuírem ou não restrições de poder aquisitivo.
Além disso, foram analisados os padrões de compra online, que têm se mostrado uma tendência crescente. O estudo revelou que, embora a maioria dos consumidores divida seus gastos entre compras online e em lojas físicas, especialmente entre os consumidores das classes mais altas.
Dados apontam que 64% das pessoas preferem as compras no varejo físico, sendo os outros 36% adeptos à compra online. Em relação a essas compras online, a penetração mantém-se estável, com 66% dos compradores realizando transações pela internet. Dentre as categorias de produtos, bebidas lideram o desenvolvimento do canal de e-commerce, seguidas pela mercearia básica, com um aumento de mais de 80% nas vendas online – ora por uma questão de fidelização e menor chance de mudanças de produtos, ora pela complexidade de logística – explicou o CEO da Scanntech. Apesar disso, para a maioria das redes, as vendas digitais ainda representam apenas cerca de 5% do total.