O volume de serviços prestados em Mato Grosso registrou o pior resultado do primeiro semestre de 2024 no país ao apontar queda de 6,4%. Nesse mesmo período, de janeiro a junho, o setor no Brasil aumentou 1,6%.
Analisando apenas o mês de junho, Mato Grosso fechou com a segunda maior queda do país, 13,4%, a maior do Centro-Oeste, perdendo apenas para Rio Grande do Sul, cuja retração foi de 19,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada ontem (13) pelo IBGE.
Conforme o IBGE, volume de serviços prestados no país, após ter apontado variação negativa de 0,4% em maio, voltou a crescer. No mês de junho, o setor apresentou expansão de 1,7%, o maior crescimento desde dezembro de 2022, quando avançou 2,7%. Com isso, o volume de serviços chegou ao patamar recorde da série, 0,5% acima do antigo ápice, alcançado em dezembro de 2022.
Em junho, o setor estava 14,3% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.Na comparação com junho de 2023, o crescimento foi de 1,3%. Já no acumulado do primeiro semestre de 2024, o volume de serviços teve alta de 1,6% frente ao mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses, o setor mostrou perda de dinamismo, passando de 1,2% em maio para 1,0% em junho.
“O crescimento foi disseminado entre as cinco atividades pesquisadas, já que todas apresentaram expansão”, aponta Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. O principal destaque foi para o crescimento no setor de transportes, que mostrou expansão de 1,8%, recuperando a perda de 1,5% de maio. “Esse resultado vem muito em função do transporte aéreo, impulsionado pela queda dos preços das passagens áreas. Mas também contribuiu o transporte dutoviário e a navegação de apoio marítimo, atividades relacionadas com as indústrias extrativas, como a de gás e a de óleos brutos de petróleo”, detalha o pesquisador.
Outro destaque positivo foi o setor de informação e comunicação, que cresceu 2,0% após recuo de 1,1% no mês anterior, influenciado pelo bom desempenho dos serviços de tecnologia da informação, dos serviços de streaming e de telecomunicações. “O setor de informação e comunicação também atinge o ápice da sua série histórica em junho de 2024. O comportamento dos serviços de tecnologia desde o pós-pandemia tem se mostrado fundamental para o volume de serviços do país, principalmente pelo aumento considerável nos serviços voltados às empresas, notadamente os serviços de tecnologia da informação”, reforça Lobo.
As demais altas foram das atividades de serviços profissionais, administrativos e complementares, com crescimento de 1,3%, recuperando parte da perda de 3,2% observada no período abril-maio. No setor, destacam-se a organização de eventos (exceto esportivos e culturais), administração de cartão de desconto e programas de fidelidade e serviço de engenharia.
A alta de 1,6% em outros serviços recupera a queda de 1,5% registrada em maio, com destaque para serviços financeiros auxiliares, recuperação e manutenção de computadores e corretoras de títulos e valores mobiliários. Por fim, a variação positiva de serviços prestados às famílias, de 0,3%, “foi motivada pelos espetáculos teatrais e musicais, com influência da turnê no Rio de Janeiro do Cirque du Soleil”, justifica o gerente da PMS.
No acumulado do primeiro semestre de 2024 frente a igual período de 2023, também 21 das 27 UFs tiveram alta na receita real de serviços, com o principal impacto positivo vindo de São Paulo (1,1%), seguido por Rio de Janeiro (3,8%), Minas Gerais (4,3%), Paraná (4,0%) e Santa Catarina (5,2%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-4,9%) e Mato Grosso (-6,4%) registraram as influências negativas mais relevantes.