A queda na umidade do solo, altas temperaturas e as chuvas abaixo da média dos últimos 15 anos em praticamente todos os estados vão prejudicar o início do plantio da soja a partir da segunda quinzena de setembro, quando termina o vazio sanitário em algumas regiões, avalia a EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
Tanto o ECMWF ((modelo europeu) quanto o GFS (modelo americano) preveem volumes de chuvas entre 60% e 80% abaixo da média no país entre os dias 05 e 15 de setembro, aumentando o estresse hídrico sobre as lavouras, assim como o risco de incêndios. As altas temperaturas ocorrem em boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul. No Mato Grosso do Sul, a média das temperaturas podem ficar até 10°C acima da normalidade, de acordo com o GFS. “Os produtores podem esperar mais um pouco para iniciar o plantio da soja”, aponta Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro.
TRIGO – Com relação à umidade do solo nos próximos dez dias, o ECMWF apresenta condições desfavoráveis para o desenvolvimento do trigo, principalmente no Paraná. Em agosto, o maior produtor de trigo do país (com 44% da safra) registrou 37,5 milímetros de chuvas, menos da metade esperada para o mês. A estimativa de produtividade para a safra paranaense é de 45,1 sacas por hectare, contra 46,2 sacas por hectares na última temporada.
Em Santa Catarina, desde meados de agosto a umidade apresenta maior similaridade com o ano de 2012, quando a seca em agosto e setembro resultou em uma quebra de safra significativa. Na última semana a estiagem fez com que a EarthDaily Agro reduzisse a estimativa de produtividade para o estado em 4%, caindo para 52,7 sacas por hectare (53,8 sacas por hectare na safra passada). Há possibilidade de novas reduções no curto prazo.
Somente no Rio Grande do Sul houve mais chuvas, com precipitação acumulada nos últimos 10 dias variando de 7 a 40 milímetros. A produtividade do trigo está estimada em 56,4 sacas por hectare (44,7 sacas por hectare na safra anterior)
CANA-DE-AÇÚCAR – Na macrorregião de Ribeirão Preto a previsão é de seca e altas temperaturas para as próximas duas semanas, aumentando o risco de incêndios nas lavouras de cana-de-açúcar. O calor pode ultrapassar os 40°C (GFS) no fim da primeira quinzena de setembro.