Por meio de uma ‘Nota Pública’, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) vem a público manifestar sua preocupação com o atual momento pelo qual passa a pecuária mato-grossense, principalmente em relação ao abate feito pelos grandes frigoríficos. “Estes vêm rotineiramente alongando suas escalas, determinando férias coletivas e até o fechamento de muitas plantas, sendo várias delas únicas em suas regiões”, denuncia a entidade que representa os criadores de Mato Grosso.
Ainda conforme a Acrimat, “essa situação tem promovido transtornos e prejuízos incalculáveis aos produtores, principalmente os registrados nos últimos dias quando, coincidentemente, os frigoríficos promoveram quase que simultaneamente a extensão de suas escalas, baixando os valores da arroba do boi”. Com o alongamento ou extensão das escalas de abate, os frigoríficos vão menos ao mercado para comprar gado. Com a falta de movimentação, a oferta supera a demanda e os preços são deflacionados, afetando as cotações do boi gordo ou da vaca.
Leia também: Com maior oferta de machos, abates aumentam quase 6% no Estado
“Sabemos da situação econômica pela qual passa a população brasileira, com perda de poder aquisitivo, mas acreditamos que muitas ações podem ser realizadas, inclusive pelo governo de Mato Grosso, por meio da redução temporária das alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS)”, sugerea entidade.
De acordo com acompanhamento semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a arroba em baixa está em baixa no Estado. Na semana passada a oferta de bovinos seguiu mais aquecida na última semana e, com isso, o indicador da arroba do boi gordo registrou queda de 0,45% ante a semana anterior. No mesmo cenário dos machos, as fêmeas também seguiram com queda nas cotações e a arroba ficou na média de R$ 264,08.
Os analistas do Imea também registraram o alongamento das escalas nos frigoríficos. “Diante desse incremento nos envios de animais terminados ao abate, as escalas se alongaram em 13,48% e ficaram na média de 8,84 dias”, ou seja, as compras estão sendo feitas em pouco mais de uma vez por semana em Mato Grosso.
Leia mais: Para Acrimat, alterações na Lei do Pantanal vão garantir presença do pantaneiro no bioma