Nas próximas décadas os agricultores brasileiros terão o desafio de aumentar a produtividade de suas lavouras nas mesmas áreas, garantindo a produção de alimentos com sustentabilidade para atender à crescente demanda mundial. A tarefa pode até não ser fácil, mas a solução pode estar muito mais próxima do que se imagina, embaixo dos pés: no solo.
Os solos são a reserva da maioria dos nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas e a forma como estes são geridos terá um grande impacto no crescimento das lavouras. Por isso, cada vez mais aumenta a necessidade de redesenho do sistema de plantio direto aliado à aplicação de fertilizantes à taxas variáveis nas linhas de semeadura.
Segundo Evandro Martins, presidente da diretoria executiva do Parque Tecnológico do Agro (Tecnoagro) e presidente da FertiSystem, essa nova modelagem ajudará a responder perguntas importantes, tais como: Precisa ou não de fertilizantes na área analisada? Qual quantidade? Está em excesso? “Temos que pensar da mesma maneira que funciona com os seres humanos. É preciso também fazer o ‘exame de sangue’ no solo para saber sua condição e se está saudável ou não”, diz.
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A variabilidade existente no solo é resultado da interação de diversos fatores, tais como: relevo, material de origem e da relação/ação do homem nestas áreas, principalmente através da prática agrícola. O uso excessivo de fertilizantes, sem levar em consideração o que está disponível no solo e o que a cultura realmente necessita, tem se tornado um problema recorrente e danoso em cultivos. Assim causam impactos sociais, econômicos ao comprometer a produtividade e também o elevado custo dos fertilizantes e ao meio ambiente por contaminar o solo, as águas superficiais e subterrâneas.
De acordo com Martins, desde 2016 vem desenvolvendo projetos de disseminação da tecnologia embarcada em máquinas agrícolas. O objetivo sempre foi, por meio de ferramentas tecnológicas, automatizar os processos, com foco no plantio e no controle eletrônico da plantabilidade, buscando o uso racional na aplicação e dosagem de sementes e fertilizantes a taxas variáveis, rastreabilidade dos processos de campo, maior rentabilidade, redução de custos.
A nova metodologia do redesenho do plantio direto é economicamente importante ao produtor, pois usará muito menos fertilizante associado a uma análise correta de solo. Outro ponto importante é da produtividade vinculada a um solo saudável e a presença maior da água.