O sistema Sicredi possui 5 camadas de segurança para evitar prejuízo nos investimentos aos associados, segundo revelou o presidente da cooperativa Sicredi Ouro Verde, Eledir Techio, em entrevista ao MT Econômico, durante Encontro com a Imprensa, em Lucas do Rio Verde, no último fim de semana.
O questionamento foi feito pela reportagem, devido ao mês de fevereiro ter ocorrido casos no mercado financeiro, com a BRK e Portocred, onde clientes que tinham recursos aplicados em fundos de investimentos tiveram que acionar o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante até R$ 250 mil por CPF, segundo regulamentação do Banco Central (BC).
Apesar da garantia do BC, o processo de recebimento é um pouco burocrático e demanda alguns transtornos aos investidores. Diante disso, perguntamos ao Sicredi, se os associados correm esse risco, ao aplicar em investimentos na instituição cooperativa e se por algum motivo, houver dificuldade financeira e a agência ‘fechar as portas’ e encerrar as atividades.
O presidente da Sicredi Ouro Verde, de Lucas do Rio Verde, explicou ao MT Econômico, que a cooperativa tem um plano de segurança e contingência com cinco camadas de proteção para evitar qualquer contratempo financeiro e transtorno aos associados.
“O Sicredi tem um modelo de governança estruturado, com uma solidariedade passiva entre todas as agências, o que é uma primeira camada de segurança. A segunda, é que trabalhamos muito fortemente e destinamos 45% do resultado para a reserva legal, que é o patrimônio da cooperativa. Todas as cooperativas do Sicredi, em grande maioria, têm acima de 45% do seu patrimônio em reserva. O terceiro item, são os fundos garantidores da nossa central. A quarta camada de proteção, é o fundo garantidor nacional do Sicredi e o quinto item é o FGCOOP (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito), que é um fundo constituído para todas as cooperativas do Brasil inteiro”, explica o presidente da Sicredi Ouro Verde.
Eledir continua dizendo que, “nos últimos 30 anos nenhuma de nossas agências deu prejuízo para qualquer comunidade ou pessoa. O Sicredi é muito sólido e nós preservamos muito na governança a boa gestão de todas as cooperativas. Então, vejam, a importância hoje do FGCOOP é gigante! Mas nós como Sicredi, não queremos nunca acessa-lo”, acrescenta, Techio.
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O presidente da cooperativa continua, “nós contribuímos para a formação dele [fundo]. É para isso que existe o FGCOOP e o FGC para proteger exatamente isso [o cliente ou associado]. É importante ter sim, para que as pessoas não tenham prejuízo, mas nós do Sicredi, temos muitas outras ações antes disso acontecer. Esperamos e temos a convicção de que nossas cooperativas jamais acessarão o FGCOOP, porque nos organizamos, nos estruturamos e temos muitas ações antes disso. Muito mais importante do que as camadas de proteção é ter um modelo de governança com as regras claras”, conclui Eledir Techio.
Além de entrevistarmos o presidente da Sicredi Ouro Verde, Eledir Techio, também conversamos com o diretor executivo, Roberto Vargas. Ele explicou sobre os planos de crescimento da cooperativa para os próximos anos.
Roberto Vargas contou um pouco sobre a expansão de agências, principalmente em uma era na qual, a tecnologia facilita cada vez a resolução de problemas pelo celular.
Expansão de agências
Vargas acredita que apesar do avanço da tecnologia, muitos associados preferem cuidar de suas finanças em uma agência, de forma presencial. De acordo com o diretor executivo, há pesquisas internas que comprovam essa teoria da proximidade física com os associados.
“Nós costumamos fazer um plano de 3 a 5 anos, então, até 2025, o Sicredi adotou uma estratégia de ter um relacionamento ‘fisital’ [físico+digital], por quê? Hoje, quando a gente olha o principal atributo de valor da sociedade brasileira no sistema financeiro, a qualidade do atendimento é bem valorizada. Todas as pesquisas que olhamos, vão falar sobre isso e ‘tá’ na missão do Sicredi, como sistema cooperativo, valorizar o relacionamento. Compreendemos que esse relacionamento é em um ambiente físico com uma completude digital. Pelos próximos 3 anos, o digital não pode substituir o ambiente físico, ele precisa ser um complemento, por isso, o Sicredi vai continuar abrindo agências. Obviamente elas não têm mais o formato que costumavam ter”, esclarece o diretor executivo da Sicredi Ouro Verde.
Roberto explica ainda que esse modelo é pensado especialmente para as gerações pós-guerra, que apesar de conseguir resolver os problemas pelos celulares, preferem um atendimento presencial. As gerações das décadas de 70 até 80 estão ramificadas entre resolver sua vida bancária pelo celular ou ir até uma agência. Quanto às gerações Y e Z, estas já preferem usar os celulares para resolver tudo. Portanto, o Sicredi optou por atender os dois formatos, para que contemple todas as gerações de associados.
“Hoje, as pessoas não precisam ir numa agência para se associar ao Sicredi, elas podem fazer isso pelo APP [aplicativo de celular], mas o que a gente diz? Se você precisar ir para resolver alguma coisa, tem uma agência próxima”, complementa Vargas.
O diretor executivo encerra esse assunto dizendo que os planos de crescimento é que nos próximos anos, os associados não precisem andar mais de 5km para chegar em uma agência. O Sicredi abre cerca de 200 Agências por ano, em todo o Brasil. Recentemente foram abertas duas em Cuiabá, a do bairro Pedra 90 e na região do Coxipó.
Ao ser questionado sobre a diferença da cooperativa Sicredi com um banco tradicional, Vargas explica que, “se o associado aplicar R$ 1 real ou R$ 1 milhão, ambos têm a mesma quantidade de voto numa assembleia. O que muda é a participação do resultado, já que por meritocracia, conta a quantidade de dinheiro aplicado na cooperativa e uso dos produtos financeiros. Mas a distribuição de lucro, é a mesma porcentagem para todos os associados”, conclui o diretor executivo da Sicredi Ouro Verde.