A ansiedade já tomou conta dos consumidores brasileiros para a chegada da tão aguardada Black Friday de 2023. Este ano, o evento promete ser ainda mais grandioso, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as projeções apontam para um movimento superior a R$ 12 bilhões em vendas, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Em Mato Grosso, o crescimento anual pode superar em 35% o realizado em igual momento do ano passado.
A pesquisa anual realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), através do seu Núcleo de Inteligência de Mercado, visa oferecer uma visão aprofundada das expectativas e comportamentos dos consumidores de Mato Grosso em relação à Black Friday, apontou que 39,5% dos entrevistados pretendem gastar mais nesse ano do que o ano passado, e o valor médio a ser gasto em 2023 atinge R$ 2.396,22, refletindo um aumento de 13,78% em relação ao ano anterior.
Analisando os dados, o superintendente da CDL Cuiabá e responsável pelo Núcleo de Inteligência, Fábio Granja, destaca que a Black Friday de 2022 não alcançou as expectativas devido a eventos como a Copa e eleições. No entanto, as projeções para 2023 indicam um aumento de 35,04% nas expectativas de compra, acompanhado por um crescimento de 13,77% no valor médio gasto em presentes.
“A estimativa de faturamento no comércio para este ano é de R$ 563 milhões, consolidando a Black Friday como um evento de impacto significativo no cenário comercial local. Esse montante não apenas impulsionará as receitas dos comerciantes, mas também injetará vitalidade na economia local, gerando empregos temporários, estimulando a produção e fortalecendo a relação entre consumidores e varejistas”, afirmou Granja.
Os itens mais desejados incluem eletrodomésticos (28,2%), roupas e calçados (23,3%), celulares/smartphones (23,3%), móveis em geral (10,7%), produtos de beleza (3,4%), brinquedos/pelúcias (2,8%), artigos esportivos (2,5%), acessórios (0,9%), livros (0,6%), viagens (0,6%), restaurantes (0,6%) e outros (3,1%).
Assim como nos últimos dois anos, a oferta de descontos que pode chegar a 70%, foi antecipada e anima o varejo nessa reta final do ano.
A data, que começou no Brasil em 2010, oferece boas possibilidades de descontos para o consumidor, no entanto, é necessário estar atento à verdadeira economia na hora de comprar.
Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo), analisando 6.500 produtos de 30 categorias diferentes do varejo, mostrou ofertas de alguns “lojistas” que aumentaram em até 70% o valor do produto dias antes da Black Friday.
“A data da Black Friday é um prelúdio para as vendas de Natal e Ano Novo, aquecendo o varejo para o período. Os descontos, muitas vezes, são bons atrativos para o consumidor, mas é necessário estar muito atento às falcatruas que podem acontecer”, comenta Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP.
GOLPES NO CONSUMIDOR – Dentre os golpes recorrentes na Black Friday, a ação da alteração de preço é comum na modalidade de enganar o consumidor. Alguns estabelecimentos, sendo eles físicos ou online, aumentam os preços de alguns produtos na véspera da Black Friday para anunciar descontos “maiores” do que realmente são.
Leia também: Brasil é o 3º país que mais pesquisa por Black Friday no mundo
Além disso, alguns e-commerces praticam uma alta nos preços dos produtos quando estão inseridos nos carrinhos de compras da plataforma online. Nesse sentido, o gatilho mental de escassez é utilizado, jogando na tela do consumidor anúncios com prazo ou relógio de contagem regressiva para terminar o processo de compra o mais rápido possível dentro de um tempo determinado. No gap entre conferência do produto e a contagem regressiva, o consumidor é enganado e o valor pago passa a ser maior do que o desconto prometido no primeiro anúncio.
“Para se blindar desses golpes, o consumidor precisa estar muito atento em todos os processo de compra de um produto, desde a escolha e pesquisa prévia, até a finalização e checagem da promoção e o efetuar a compra”, comenta Stainoff.
Os fretes absurdos e os prazos de entrega astronômicos
Na Black Friday o consumidor está em busca de oportunidades de melhor negócio, e uma das vantagens em uma boa compra é não ter que pagar o frete de entrega. Essa situação pode ser uma isca de aproveitadores na hora de lucrar em cima do cliente.
O produto pode até marcar um desconto especial no anúncio, no entanto, o frete pode ser maior que o desconto praticado e até mesmo ser maior que o valor do próprio produto em si. Regiões distantes de capitais e grandes metrópoles podem sofrer com maior frequência esse tipo de golpe.
Além disso, o consumidor precisa estar atento ao prazo de entrega da mercadoria. Nessas ocasiões, os golpistas podem aumentar o prazo de entrega, estipulando datas que extrapolam a normalidade do varejo em datas convencionais.
“Nesses casos, o consumidor precisa estar atento à reputação da loja ou estabelecimento escolhido para efetuar a compra. Checar as recomendações e avaliações de outros consumidores é essencial para não ser enganado na Black Friday”, finaliza Maurício.