História como de empresas Brex, Airbnb, Olívia, Netflix mostram a constante inovação e a transformação de boas ideias em projetos. As histórias destas companhias e as boas práticas que podem ser implementadas em empresas brasileiras foram apresentadas a um grupo de empresários e gestores, durante o Summit Vale do Silício, realizado pelo Instituto Fenasbac, em Cuiabá.
O bate-papo teve como convidados a CEO do Instituto, Lucila Simão, e o Head de Inovação da entidade, Rodrigoh Henriques. Para trazer todas as novidades, eles passaram por uma imersão e conheceram de perto a filosofia, a realidade e a gestão das empresas sediadas no Vale do Silício. “Uma das coisas que mais pudemos perceber foi que o valor não está simplesmente nas ideias, mas sim na execução delas”, explicou Henriques aos presentes.
Como exemplo, Lucila apresentou o caso da Brex, uma startup criada por dois brasileiros, que oferta crédito em condições especiais para financiar o desenvolvimento de outras startups. Ela destacou que, embora seja uma ideia simples, apenas a partir da execução do projeto é que a nova empresa passou a ter valor. “Hoje eles já conseguiram captar mais de US$ 200 milhões e são, orgulhosamente, um unicórnio, título dado a empresas que atingem um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão”.
Novidade na categoria de finanças pessoais, o Olívia, um programa de aconselhamento financeiro, desenvolvido por um brasileiro, também deixa claro o preço de uma boa ideia bem executada. “Ao invés de se basear por números, o aplicativo se baseia pelo seu comportamento. Por exemplo, ele percebe que você faz compras em um determinado dia da semana e indica que a mesma compra em um outro dia, de promoção, pode gerar uma economia. Todos nós sabemos que se, por ventura, economizarmos em pizza, sobrará mais dinheiro. A ideia aqui não é se basear nos números, mas no comportamento”, destacou o Head.
Outro aprendizado trazido pela imersão e apresentado pelos palestrantes é que as empresas não podem ter medo de “matar o próprio negócio”, se isso significar a continuidade da empresa em outros moldes. Um dos exemplos apresentados foi o da HP, líder mundial na produção de impressoras que, ao perceber que o mundo caminha para usar menos papel, e menos impressões, passou a investir em projetos ligados à impressão 3D. “A HP percebeu que seu negócio ia morrer em algum tempo e não teve medo de ser a responsável por sua morte. O medo de acabar precisa ser uma força motriz”, pontuou Rodrigoh.
Um exemplo de uma empresa que teve medo de “matar” seu próprio negócio, explicou o Head de Inovação, foi a Kodak, que inventou a fotografia digital, mas, por medo de atrapalhar a venda de filmes tradicionais, engavetou o projeto. “E isso não foi capaz de impedir que o negócio dos filmes analógicos morresse, com eles completamente fora da próxima geração da fotografia. A HP não quis ser a nova Kodak”.
Estar plugado na inovação também foi um conselho dado pelos palestrantes. Lucila usou, inclusive, o caso da HP para demonstrar como isso é possível. “Há empresas de transporte investindo em startups que tratam de impressão em 3D, porque elas entenderam que, daqui a algum tempo, não será necessário transportar um objeto de um lugar para o outro se será possível imprimi-lo. Como o Rodrigoh disse, se o negócio vai morrer, é preciso que você seja o responsável por matá-lo, ou ser sócio de quem vai fazer isso”.
CONSTRUÇÃO – Henriques e Lucila também explicaram como uma empresa como o Airbnb é líder global em hospedagem, mesmo sem ter um único quarto de sua propriedade. “Eles possuem o cliente. Os donos de hotéis possuem prédios, mas o cliente é do Airbnb. O mesmo acontece hoje com o Ifood, que embora não tenha nenhum restaurante é um dos líderes no fornecimento de refeições no país”.
Neste sentido, ressaltou Rodrigoh, uma das principais lições tiradas da imersão é a de que é muito mais importante criar um produto ou serviço com o cliente do que para o cliente. “Ter o cliente ao seu lado no desenvolvimento de algo facilita o processo e o engrandece. Porque, se você não tiver vergonha da primeira versão do seu produto, significa que você o lançou tarde demais. A ideia é uma aprimoração constante”.
Por fim, Lucila salientou que a intenção do Instituto Fenasbac é manter um canal de diálogo constante com empresas de todo o país, no sentido de atuar como um agente externo para a aceleração de projetos. A entidade atua capacitando profissionais e instituições que querem crescer, com soluções sustentáveis para o setor público, privado e cooperativista com foco em Gestão de Pessoas, Gestão Corporativa e Finanças. Ao identificar os problemas nas empresas, o Instituto facilita o caminho das companhias, acelerando e aprimorando processos e gerando resultados.