Cuiabá está no ranking das capitais que contabilizaram altas para o valor médio da cesta básica em 2022. Conforme dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) e pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cuiabá registrou média de R$ 791,11 para o conjunto de alimentos e São Paulo capital fechou o ano com média de R$ 791,29. Esses são os maiores valores registrados no Brasil.
Conforme o Dieese, no ano passado, a cesta básica ficou mais cara nas 17 capitais brasileiras analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, que é divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).
Em dezembro, os maiores valores foram encontrados, além de Cuiabá e São Paulo, em Santa Catarina, R$ 769,19, Porto Alegre, R$ 765,63, Rio de Janeiro, R$ 752,74 e Campo Grande, R$ 744,21.
Como já noticiado pelo MT Econômico, entre 2022 e 2021, o valor médio da cesta básica aumentou quase 22%, conforme monitoramento do Imea. Ou seja, quase quatro vezes acima da variação inflacionária de 5,79%.
Em dezembro de 2020, por exemplo, o valor médio da cesta básica em Cuiabá, rompeu pela primeira vez a barreira dos R$ 600 e não parou mais de subir até chegar ao final de 2022 cotada a R$ 791,11. Em relação a dezembro de 2021, quando o Imea apurou média de R$ 650,77, há majoração anual de 21,57%. Em novembro, por exemplo, o conjunto de alimentos básicos com 13 itens – suficientes para alimentar uma família de até quatro pessoas por um mês – custava cerca de R$ 764,34.
Desde janeiro de 2016, o Diesse suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea, que adota a mesma metodologia do Departamento e, por isso, é possível inserir Cuiabá no contexto nacional. No entanto, o Imea alterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica em junho de 2021 e, por isso, não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
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BRASIL – O Dieese aponta que em Goiânia, o preço da cesta subiu 17,89% em 2022 na comparação com o ano anterior, maior alta registrada pela pesquisa. Em seguida, apareceram Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%). Se Cuiabá fizesse parte desse ranking, teríamos o registro de altas em todas as capitais do Centro-Oeste na Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
As menores altas acumuladas no ano passado foram observadas no Recife (6,15%) e em Aracaju (8,99%).
Quando se considera apenas o mês de dezembro, o valor da cesta básica subiu em 14 das 17 capitais analisadas pela pesquisa, com destaque para Fortaleza (3,70%), Salvador (3,64%) e Natal (3,07%). Só houve queda de preço em Porto Alegre (-2,03%), Curitiba (-1,58%) e Florianópolis (-0,90%).
Em dezembro, a cesta mais cara do país era a de São Paulo, onde saía, em média, por R$ 791,29. Em seguida, estavam as cestas de Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). A mais barata era a de Aracaju, onde custava, em média, R$ 521,05.
Com base no valor da cesta mais cara [que em dezembro foi a de São Paulo] e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou o salário mínimo ideal em R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes maior que o valor atual, de R$ 1.212.