A Pesquisa que mede o nível de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que o cuiabano continua muito endividado pelo segundo mês consecutivo. Inclusive teve uma evolução, com a porcentagem registrando 61,2% contra 56,9% verificada em janeiro e 55,7% observada em dezembro de 2017.
Os dados divulgados pela Fecomércio/MT, destacam que na proporção das famílias com dívidas em atraso registrou 27,6% em janeiro (53.144 famílias), subindo para 29% em fevereiro deste ano (55.917 famílias). O aumento também é observado para as famílias que declararam não ter condições de pagá-las. Em janeiro eram 13,6% (26.184 famílias), já em fevereiro subiu para 14,7% (28.410 famílias). Na variação anual para esses dois tipos de situações, houve queda de 6,8 pontos percentuais e 1,5 ponto percentual, respectivamente, se comparado com fevereiro de 2017.
Em números absolutos, são 118.053 famílias com algum tipo de conta parcelada em fevereiro de 2018. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o número de endividados é 5,9% menor, quando 125.488 famílias estavam na mesma situação em 2017.
O presidente da Fecomércio/MT, Hermes Martins da Cunha, explica que o aumento do número de famílias endividadas (com contas parceladas) em Cuiabá se deve ao fato da maior empregabilidade e, consequentemente, da facilidade ao acesso ao crédito. “Com a fonte de renda recuperada, os cuiabanos passam a consumir mais, principalmente no período de final de ano, onde costumam se endividar mais”.
Uso do cartão de crédito é a principal forma de endividamento dos cuiabanos e registrou aumento nos últimos meses da pesquisa. O índice saiu de 63,6% em dezembro de 2017 para 65% em janeiro deste ano e atingiu 67,5% neste mês. O uso do cartão no mês de fevereiro do ano passado representava 59,1%. Para as famílias que recebem acima de 10 salários mínimos, o aumento no uso do cartão observado nos últimos três meses foi maior, partindo de 70,4% em dezembro, 72,5% em janeiro e 77,5% em fevereiro.
Para as famílias com contas em atraso, o tempo para pagamento das dívidas subiu na variação mensal de 69,8 dias em janeiro para 72,8 dias em fevereiro. A diferença é ainda maior se comparado com o mesmo período do ano passado, quando eram necessários apenas 65,8 dias.
O tempo médio em que os cuiabanos costumam ficar endividados diminuiu de 6,8 meses em janeiro para 6,6 meses em fevereiro.