Estamos em meio a mais uma Exposul, agora em sua 44ª edição. Todos sabem do imenso esforço que o Sindicato Rural de Rondonópolis faz para atender todas as demandas oriundas de um evento desta magnitude. Temos que atender aos anseios da modernidade e aos novos formatos de feiras agrícolas, pecuárias e industriais. Ao mesmo tempo, temos uma história de sucesso e tradição com a festa popular que é tão aguardada pela população de nossa cidade e de toda região.
Para que demandas tão diversas fossem atendidas optamos pelo formato que hora está em curso, ou seja: do dia 8 ao dia 10 de agosto mantivemos o foco e atenção exclusivos ao agronegócio, já com a devida adaptação aos horários em que o sol se torna mais ameno.
E agora, nos três últimos dias, a tradicional Exposul com shows nacionais, rodeio, leilões e várias atrações, inclusive a continuidade dos grandes negócios – já a partir de quinta-feira. Para essa edição não medimos esforços também na área de segurança. Contratamos 130 seguranças particulares e aparelhamos o parque com câmeras filmadoras e detectores de metais.
Fizemos uma ampla reforma em nossas dependências a fim de cumprir com todas as normativas exigidas pelos órgãos competentes. Agradecemos ao Corpo de Bombeiro, do Batalhão da Polícia Militar, com a Polícia Civil, todos sempre disponíveis e competentes.
O conforto e a segurança da população sempre em primeiro lugar. A Exposul é feita para as famílias, e isso não muda. Toda e qualquer mudança sempre tem sempre como foco a nossa sociedade.
Com relação à agropecuária, e todos os negócios que a envolve, uso esse espaço para deixar uma mensagem. Há poucos dias tivemos o Dia do Agricultor, mas quero deixar claro que todos os dias é o dia desse herói brasileiro que se chama produtor rural, seja ele de que tamanho for.
Vejo com incredulidade pessoas que ousam falar mal e difamar esse brasileiro que está levando o Brasil nas costas, feito cavalo que não se cansa. Vejo propagandas negativas ao nosso respeito e até música andam fazendo. Não é possível que essas pessoas não entendam o valor de quem trabalha na terra. O mundo precisa do agricultor e do pecuarista e precisará cada vez mais e mais.
As pessoas pensam que usamos defensivos agrícolas porque gostamos, pensam que fazemos super safras para enriquecermos e pensam que o governo ajuda demasiadamente com seu plano safra.
Pelo contrário. Sabemos o risco do defensivo e somos o primeiro a apoiar pesquisas que os façam evoluir, mas sem eles não há produção capaz de atender a sua mesa.
As “super safras” são frutos da competência e da necessidade do mundo. E, apesar das “super safras”, ainda assim teremos que produzir mais. Sem elas o mundo entra em colapso. O mérito tem que existir para quem não tem preguiça e é competente.
O plano safra é uma ajuda do governo para o governo. Os governantes sabem que para a balança comercial ter um mínimo de positividade a agropecuária tem que sobressair. O governo sabe que é o recurso mais bem investido que ele possui e que traz retorno imediato. Não é o produtor que se beneficia do governo e sim ao contrário: é o governo que sabe se beneficiar da nossa competência em gerar riquezas e isso não está errado em hipótese alguma.
O erro está em não reconhecer isso e deturpar os fatos colocando os verdadeiros heróis da pátria como meros aproveitadores do momento. Há apenas três décadas, a grande maioria dos agricultores estava começando sua vida praticamente do zero, em cima de uma terra bruta e infértil.
Quando ninguém quis abandonar suas cidades os produtores quiseram, quando ninguém quis enfrentar o medo do desconhecido, os produtores enfrentaram, quando ninguém quis enfrentar dias de viagens em estrada de terra sem nenhum recurso os produtores quiseram.
Essa 44ª Exposul, e a 2ª Agropec, é o momento em que podemos unir o campo e a cidade para juntos se fortalecerem, entenderem a dependência mútua que existe e, principalmente, se respeitarem, pois é tempo de união e, por quê não confraternização, afinal há 44 anos o Sindicato Rural tem feito isso bravamente com a realização da Exposul para homem do campo e o homem da cidade.
FRANCISCO OLAVO DE CASTRO é pecuarista e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Rondonópolis