O boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê que apesar dos altos e baixos no ano de 2017 que influenciaram diretamente o comportamento do preço do boi gordo, em 2018 a bovinocultura de corte pode ter um ano menos turbulento e mais ditado por fundamentos (oferta e demanda).
Para os analistas, a perspectiva sobre a oferta é de que possa haver um incremento na quantidade de animais para abate, e este aumento pode vir principalmente das fêmeas dos criadores do Estado que, desanimados com a desvalorização do bezerro (reflexo da retenção de fêmeas de 2015), tendem a optar pelo abate destas na tentativa de gerar caixa para a propriedade. “Este processo é cíclico e conhecido como ciclo pecuário, e ainda tem muita influência sobre a oferta de bovinos em Mato Grosso”.
Do lado da demanda o panorama é mais otimista. Segundo o Imea, as exportações mato-grossenses de carne bovina tiveram um desempenho memorável no segundo semestre de 2017, e se o Estado conseguir repetir a performance durante 2018, a expectativa é de uma boa arrecadação. “No que tange à demanda interna brasileira, destacam-se a recuperação da economia brasileira, a redução no número de desempregados no país e as eleições como fatores que podem influenciar nas cotações”.
Para o instituto, em vista desses fatos, 2018 pode ser um ano em que oferta e demanda crescerão e influenciarão as cotações, no entanto, “turbulências não previstas podem surgir e utilizar mecanismos de proteção é uma boa opção para se sair bem delas”.