De janeiro a abril deste ano foram abertas 1.331.940 empresas no Brasil, totalizando mais de 21 milhões de CNPJs ativos em todo o território nacional. Destes, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte. Em média, o tempo gasto para abertura de empresas, no primeiro quadrimestre, foi de um dia e seis horas.
Em extremos, Mato Grosso chama à atenção. Está como o segundo estado do Brasil a contabilizar o maior percentual de expansão de novos negócios em relação ao 3º quadrimestre de 2022: 32,9%, mas exibe um índice de fechamento de empresas superior: 43,2%. Ou seja, na movimentação do primeiro quadrimestre deste ano ante o terceiro quadrimestre do ano passado, o Estado mais encerrou negócios do que abriu, conforme os percentuais registrados no Mapa de Empresas.
Os dados constam do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O Mapa traz o perfil das empresas por porte, setor e ramo de atividade, e os recortes por estados e municípios. O Boletim do Mapa de Empresas, com o compilado e análise dos dados dos primeiros quatro meses deste ano, foi divulgado na última segunda-feira.
Considerando o percentual de crescimento anual, os estados que mais avançaram sobre o quadrimestre anterior, último de 2022, foram Tocantins (34,8%), Mato Grosso (32,9%) – com a maior evolução do Centro-Oeste – Rondônia (29,9%), Paraná (28,2%) e Roraima (27,1%).
Na comparação com o primeiro quadrimestre de 2022, Mato Grosso cresceu 7,8% no número de aberturas.
Já em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais empresas abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. Juntos, estes estados concentram 75% das empresas brasileiras.
Os dados são compilados e estruturados pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), subordinado à Secretaria da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte e do Empreendedorismo (Sempe) do MDIC, mostram, segundo a diretora do DREI, Amanda Souto, a consolidação do tempo médio por volta de um dia mostra a assertividade das medidas de simplificação para abertura de novas empresas.
“Com o avanço da padronização de procedimentos e fluxo nas 27 unidades federativas, esse indicador tende a cair ainda mais, além de refletir o avanço da digitalização e automatização dos procedimentos necessários para formalizar novos negócios”, completa.
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ABERTURA E FECHAMENTO – Em contraponto à abertura de 1,3 milhão de empresas, foram encerrados no primeiro quadrimestre deste ano 736.977 CNPJs, saldo positivo de 594.963. O total de aberturas foi 21,8% maior do que no quadrimestre anterior e 1,6% menor em relação ao mesmo período de 2022. Já os fechamentos representaram aumento de 34,3% e 34,7%, respectivamente, nas mesmas bases.
Os estados com mais empresas abertas (SP, MG, RJ, PR, RS, SC, BA e GO) foram os que também tiveram mais empresas fechadas no período, em números absolutos – mais uma vez – 75% do total.
Em termos percentuais, relativamente ao quadrimestre anterior, o aumento de empresas fechadas foi maior no Acre (53,8%), em Roraima (49%), na Paraíba (45,8%), no Amazonas (44,3%) e em Mato Grosso (43,2%).
TEMPO DE ABERTURA – O tempo médio gasto para abertura de empresas no primeiro quadrimestre – um dia e seis horas – representa aumento de seis horas em relação ao quadrimestre anteriohttps://matogrossoeconomico.com.br/economia/qual-o-papel-da-fenaju-e-do-drei/r, mas redução de 10 horas sobre igual período do ano passado. Esse tempo, de maneira geral, depende da capacidade de atendimento das Juntas Comerciais nos estados, incluindo sistemas de informática e números de funcionários, entre outros fatores.
Recentemente o MT Econômico entrevistou a diretora do DREI Amanda Souto que explicou o que o órgão tem feito para modernizar os processos de abertura de empresas em conjunto com as Juntas Comerciais do país. Veja mais aqui
Sergipe foi o estado mais rápido para registrar novas empresas ao final do primeiro quadrimestre de 2023: apenas 7 horas, em média. Já o maior tempo de abertura foi registrado em São Paulo: dois dias e duas horas.
Em relação às capitais, Curitiba (PR) e Aracaju (SE) registraram menor tempo de abertura, com média de apenas duas horas. Já Belém do Pará foi a que demandou mais tempo (dois dias e 22 horas), seguido pela cidade de São Paulo (1 dia e seis horas).
SETORES, PORTE E PERFIL – Em linha com o cenário predominante da economia brasileira nas últimas décadas, 83,8% das empresas abertas no primeiro quadrimestre vêm dos setores de comércio e serviços, sendo que este último responde por 59,5%.
Os campeões de CNPJs abertos são para as atividades de promoção de vendas, comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios, preparação de documentos e serviços de apoio administrativo, cabeleireiros, manicure e pedicure e obras de alvenaria.
A liderança de tais atividades se relaciona ao fato de 80,4% dos registros serem de MEIs. No primeiro quadrimestre, foram abertas 1.070.506 empresas nesse espectro, aumento de 25,4% em relação ao quadrimestre anterior e queda de 3,1% sobre igual período de 2022.
Em relação às MEIs, os números mostram equilíbrio entre os sexos, com 53,8% de homens e 46,2% de mulheres.