A taxa de desocupação, em Mato Grosso, se manteve estável na comparação entre o primeiro do ano passado com igual intervalo de 2024, assegurando, ao lado de Rondônia, o menor, percentual do período: 3,7%. Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem (17) pelo IBGE.
Apesar do destaque nacional, na reta final do ano passado, a desocupação em Mato Grosso acelerou, deixou o menor patamar já visto, em 2,4% no terceiro trimestre de 2023, para fechar o ano a 3,9%.
No país a taxa subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de 2023. O crescimento foi acompanhado por oito Unidades da Federação (UF).
Com dados atualizados sobre o comportamento do mercado de trabalho nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. A PNAD revela que Mato Grosso tem o melhor desempenho do Centro-Oeste, já os estados vizinhos: Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, tiveram taxa maiores, 6,1%, 5% e 9,5%, respectivamente.
Se a taxa de desocupação se manteve estável, totalizando cerca de 73 mil mato-grossense, a taxa de ocupação aumentou no período comparativo, passando de 62,6% no primeiro trimestre de 2023 para 66,1% no primeiro trimestre deste ano, congregando cerca de 1,94 milhão de pessoas acima de 14 anos.
Na análise das grandes regiões, a desocupação cresceu no Nordeste (aumento de 10,4% para 11,1%), no Sudeste (de 7,1% para 7,6%) e no Sul (de 4,5% para 4,9%), ficando estável no Norte e no Centro-Oeste. “A maior parte das UFs mostrou tendência de crescimento, embora apenas oito com crescimento estatisticamente significativo. A única exceção foi o Amapá. Nas demais 18 UFs, a taxa ficou estável”, explica Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE.
O estado nortista, único com queda na comparação trimestral, saiu de 14,2% no 4º tri de 2023 para 10,9% no 1º tri de 2024. Ainda assim, teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás de Bahia (14,0%) e Pernambuco (12,4%). Registraram aumento na desocupação os estados do Acre, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.
Em relação ao rendimento, houve alta de 6,9% na comparação anual. No primeiro trimestre do ano passado, o mato-grossense recebeu em média R$ 3.230 e neste ano, passou a R$ 3.452.
MAIS DADOS – Já na comparação anual, no confronto entre 1º tri de 2023 e 1º tri de 2024, nenhuma UF registrou aumento significativo. “Isso mostra que na comparação de curto prazo, há influência dos padrões sazonais. Mas a trajetória de queda anual, que já vem sendo observadas em outros trimestres, se manteve”, analisa Beringuy. “O crescimento da taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2024 na comparação trimestral não invalidou a maioria dos indicadores do mercado do trabalho na comparação anual”, complementa a pesquisadora.
No primeiro trimestre de 2024, o rendimento médio habitual no país foi estimado em R$ 3.123, crescendo tanto em relação ao 4º trimestre de 2023 (R$ 3.077) quanto relação ao 1º tri de 2023 (R$ 3.004). Na comparação trimestral, apenas a região Sul (R$ 3.401) apresentou crescimento, enquanto as demais tiveram estabilidade. Já em relação ao mesmo tri do ano anterior, o rendimento cresceu no Norte, Sudeste e Sul, com as demais em estabilidade.
A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos habitualmente recebido foi de R$ 308,3 bilhões, estável ante o trimestre anterior (R$ 306,2 bilhões) e maior do que no 1º trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões). Todas as grandes regiões tiveram aumento da massa de rendimento em ambas as comparações.
No primeiro trimestre de 2024, todas as faixas de tempo de procura por trabalho mostraram reduções. Entre as pessoas que procuravam trabalho por dois anos ou mais, o contingente caiu 14,5% frente ao primeiro trimestre de 2023, indo de 2,2 milhões para 1,9 milhões. No entanto, em relação ao início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012, esse total de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais era de 1,7 milhões, ou seja, um crescimento de 8,9% em 12 anos.
A pesquisa ainda aponta que as taxas de desocupação seguem maiores para mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o ensino médio incompleto. Todos esses grupos ficaram acima da média nacional (7,9%). No primeiro trimestre, essa taxa foi estimada em 6,5% para os homens e 9,8% para as mulheres.
Quando analisada a taxa de desocupação por cor ou raça, a dos que se declararam brancos (6,2%) aparece abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos (9,7%) e a dos pardos (9,1%) ficaram acima.
Já na análise por nível de instrução, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto era de 13,9%. Para os que tinham superior incompleto, a taxa foi de 8,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,1%).