O ano começou mais ‘caro’ para o segmento da construção civil em Mato Grosso. Conforme o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE, a inflação do setor já acumula alta de 19,54% em 2023, a maior do Brasil, e ainda mais de duas vezes acima do apurado no País, em igual período (9,92%).
Com peso inflacionário, o custo do metro quadrado no Estado (m²) superou pela primeira vez o do Distrito Federal, até então o mais caro do Centro-Oeste, ao atingir R$ 1.774,26. No ranking nacional, Mato Grosso ficou com o quinto maior valor para o m², registrando valores acima da média Brasil e regional, R$ 1.685,74 e R$ 1.764,72, respectivamente.
Conforme o Sinapi, dos R$ 1.774,26 por m², em Mato Grosso, R$ 1.111,73 referem-se à parcela materiais – em plena evolução desde setembro do ano passado quando ultrapassou a casa dos mil reais, R$ 1.098,70 – e R$ 662,53 referentes à parcela de mão de obra, estável em relação a janeiro.
Em relação aos estados do Centro-Oeste, Mato Grosso registrou tanto o maior valor para o metro quadrado, quanto de inflação acumulada: R$ 1.774,26 e 19,54%. Mato Grosso Sul está na ponta oposta com o menor valor ao metro quadrado, R$ 1.672.87 e inflação em 10,89%. Goiás fechou fevereiro com R$ 1.690,50 e 11,95%, e o Distrito Federal com R$ 1.757,31 e 9,54%.
Ainda conforme os dados do Sinapi, a região Norte, com alta em todos estados na parcela dos materiais e acordo coletivo observado no Amapá, ficou com a maior variação regional em fevereiro, 0,93%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,06% (Nordeste), -0,13% (Sudeste), 0,16% (Sul) e 0,07% (Centro-Oeste). Entre os estados com reajuste observado nas categorias profissionais, Amapá foi o que registrou a maior taxa em fevereiro, 2,04%.
BRASIL – O Índice Nacional da Construção Civil variou 0,08% em fevereiro, ficando 0,23 ponto percentual abaixo de janeiro (0,31%), e voltando ao patamar de dezembro de 2022. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 9,92%. Em fevereiro de 2022 o índice foi de 0,56%%.
“Há uma estabilidade com variações para cima em alguns estados e para baixo em outros, mas, no agregado geral, há estabilidade. Apesar de o índice ter subido em relação a janeiro, ele saiu da situação atípica que ocorreu durante a pandemia. Desde meados de 2022, os preços passaram a apresentar variações mais consoantes com um cenário sem influência da pandemia”, analisa o gerente da pesquisa Augusto Oliveira.
Mas ele ressalta que não se pode fazer previsões, que a pesquisa retrata o momento atual.
“Hoje o comportamento está semelhante ao do período pré-pandemia. Inclusive, no mês de fevereiro, vários produtos que apresentaram aumentos durante a pandemia, agora apresentaram quedas. Com destaque, nesta situação, cabo flexível (condutor elétrico), peças estruturais de madeira para telhado e tubos de PVC, que tiveram queda nos estados de Minas Gerais e São Paulo, contribuindo para a variação negativa nestes estados e na região Sudeste”, destaca Oliveira.
A parcela dos materiais apresentou variação de 0,10%, subindo 0,13 ponto percentual em relação ao mês anterior (-0,03%). Com essa taxa, observamos uma pequena alta se comparada a estabilidade nos índices desde outubro do ano passado.
A parcela da mão de obra, com taxa de 0,04%, e apenas um acordo coletivo observado, registrou queda de 0,77 ponto percentual em relação ao mês de janeiro (0,81%). Vale ressaltar que este é o menor índice registrado desde março de 2021.
O resultado acumulado dos últimos 12 meses ficou em 8,57% na parcela dos materiais e 11,90% na parcela da mão de obra.