Com a aproximação das festas de final de ano, aumenta a procura pelos ingredientes típicos das ceias de Natal e Ano Novo. Pressionados pelo custo logístico, sazonalidade de produtos e aumento do dólar, as ceias devem custar mais caro para os mato-grossenses.
“Para não comprometer o orçamento, o Procon Estadual recomenda que os consumidores tenham cautela e sejam realistas com os valores que podem gastar”, alerta o secretário adjunto, Edmundo Taques.
Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que o preço médio da Cesta de Natal este ano está custando em torno de R$ 375. Isso representa um aumento de 8,53% em relação a 2021.
De acordo com o estudo, itens tradicionais, como chester, peru e lombo tendem a aumentar de valor até o final de 2022. Entre os produtos que registraram maior aumento estão o panetone de frutas cristalizadas (16,28%), peru (15,22%), palmito inteiro (14,79%), atum sólido (13,94%) e espumante (13,56%).
Para orientar os consumidores sobre os cuidados na hora de comprar alimentos e como economizar na organização da festa, o Procon/MT elaborou uma lista com as principais recomendações:
PLANEJE COM CUIDADO
– Antes de ir ao supermercado, é importante elaborar o cardápio da ceia e fazer uma lista dos ingredientes que precisa comprar.
– Na hora das compras, evite adquirir itens que não estejam na lista.
– Atenção: não esqueça de verificar se há espaço na geladeira/freezer para produtos que precisam de refrigeração.
DURANTE AS COMPRAS
– Observe as condições de higiene do estabelecimento, verifique os prazos de validade e as recomendações dos fabricantes quanto à conservação e manipulação das mercadorias.
– Produtos de origem animal – carnes, leites e derivados – devem apresentar o carimbo do Serviço de Inspeção. Observe as condições da embalagem e não adquira produtos com rótulos danificados ou pouco legíveis.
– Não compre produtos com lata estufada, amassada ou pontos de ferrugem; vidros com a tampa amassada/enferrujada ou com líquido turvo/espuma, pois a integridade do alimento pode estar comprometida.
– Ao comprar alimentos refrigerados ou congelados, observe o balcão de armazenamento. Ele não pode apresentar poças de água, embalagens transpiradas ou placas de gelo sobre a superfície.
– Alimentos fracionados: dê preferência ao que pode ser pesado, etiquetado e embalado na presença do consumidor. Produtos já embalados tendem a ser mais caros.
– Bebidas: evite produtos que estejam próximos a locais aquecidos, expostos ao sol ou perto de itens de higiene. Ao comprar vinhos e espumantes, observe se a rolha está em boas condições.
PROMOÇÃO
– Confira a data de validade, pois os estabelecimentos costumam colocar em promoção itens que estão próximos de vencer. Em Mato Grosso, a legislação Estadual determina que o consumidor seja avisado, por meio de cartazes, por exemplo, sobre a proximidade de vencimento de alimentos comercializados mediante promoção, queima de estoque ou com descontos atrativos. A regra vale para produtos com menos de um mês de validade.
PAGAMENTO
– Na hora do pagamento, acompanhe se o valor registrado no caixa é o mesmo anunciado nos panfletos ou exposto nas gôndolas. Em caso de divergência, prevalece o menor;
– Exija e guarde a nota fiscal, pois ela é o documento que comprova a relação de consumo e garante que os direitos do consumidor sejam cumpridos.
CONTRATAÇÃO DE BUFFET
– Esse tipo de serviço está cada vez mais acessível em redes sociais e aplicativos, mas é preciso pesquisar com atenção. Antes de contratar, é importante buscar recomendações, referências ou pesquisar as avaliações do estabelecimento.
– Desconfie de valores muito baixos, observe atentamente os preços e informações/descrição do produto/serviço.
– Não se esqueça de verificar se há cobrança de taxa de entrega.
DICAS DE ECONOMIA
– Antes de ir às compras, faça uma pesquisa dos preços em panfletos, anúncios, encartes promocionais e na internet. As promoções divulgadas pelos estabelecimentos devem ser cumpridas. Por isso é importante guardar os folhetos que comprovem a oferta.
– Opte por marcas menos famosas e substitua produtos típicos por outros menos consumidos nessa época e mercadorias regionais.
– Evite comprar frutas e legumes com muita antecedência, pois estragam facilmente. Dê preferência a frutas da época que, geralmente, são mais baratas do que as frutas secas ou importadas.
GARANTIA
– O consumidor tem 30 dias para reclamar de produtos não duráveis (que se extinguem rapidamente com seu uso, como alimentos, por exemplo) e 90 dias para os bens duráveis (que tem consumo prolongado, como eletrodomésticos).
RECLAMAÇÕES
O atendimento no Procon Estadual é presencial e está sendo realizado por ordem de chegada, sem necessidade de agendamento prévio. O consumidor deve comparecer no período de 08h às 17h, de segunda a sexta-feira, sendo necessário retirar a senha na entrada. A sede do Procon/MT está localizada na Rua Baltazar Navarros, 567 (antigo Sine), no Bairro Bandeirantes, em Cuiabá.
Caso prefira, o consumidor também pode optar pelo atendimento via WhatsApp. Para tal, basta entrar em contato pelo celular (65) 9228-3098, enviar uma mensagem e seguir as instruções.
PLATAFORMA ONLINE
Também é possível registrar sua reclamação pelo Consumidor.gov.br , a qualquer hora do dia ou da noite. As principais lojas nacionais do varejo estão cadastradas no site e podem ser acionadas pelo consumidor, sem ser preciso sair de casa.
Leia também: RECORDE: Mato Grosso atinge R$ 40 bilhões em arrecadação de tributos
OUTRAS OPÇÕES DE ATENDIMENTO
Em Cuiabá: nos postos do Ganha Tempo da Praça Ipiranga (de 08h às 17h); no Ganha Tempo do CPA (de 8h às 17h) e no Posto do Procon na Assembleia Legislativa (de 7h às 17h), por ordem de chegada.
Em Várzea Grande: no Centro Estadual de Cidadania, que fica dentro do Várzea Grande Shopping (de 10h às 18h), por ordem de chegada.
TAXAÇÃO – Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), uma garrafa de champagne, por exemplo, 59,49% do seu preço são impostos, os enfeites de natal, possuem 48,02% de taxas, o saboroso panetone, conta com 34,63% de tributos, nem a árvore de Natal escapa, 39,23% são impostos, já brinquedos, contam com 39,70% de tributos e o famoso peru, onde 29,32% são impostos e são abocanhados pelo governo.
Entre os presentes mais pesquisados, o aparelho de videogame é o produto que possui mais tributos embutidos no seu valor final, com carga de 72,18%, seguido do telefone importado, que tem 68,76% de seu valor destinado à arrecadação pública.
Os consumidores que pretendem celebrar o Natal, devem ficar atentos à taxa de tributação dos itens, cerca de metade do valor de um produto são impostos. Não é novidade afirmar que a carga tributária brasileira é elevada e que o sistema de tributação é complexo. Segundo o advogado Pedro Henrique Chrismann, a taxa de encargos se agrava por causa da tributação indireta, ou seja, da incidência de tributos em efeito cascata que acaba onerando bastante a cadeia produtiva desses equipamentos.
“Todo esse custo acaba sendo repassado no preço ao consumidor final – é o que se chama repercussão tributária. Para entender esse efeito dominó, basta ter em conta a incidência do imposto de importação, imposto sobre produtos industrializados, imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços, PIS/COFINS, entre outros”.
A carga tributária é a soma da arrecadação de todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) sobre a renda e o consumo, em relação ao PIB (soma de todas as riquezas produzidas em um país). De acordo com o advogado, quando estamos falando de tributação que repercute na cadeia de consumo de bens e serviços, o contribuinte de fato, ou seja, o consumidor final não tem muito o que fazer. “Talvez buscar um produto importado similar ou, simplesmente, não comprar, pois com a alta do dólar a opção de compras no exterior deixou de ser atrativa”, assegura Pedro.
Confira abaixo o percentual dos tributos que incidem sobre os produtos mais buscados no Natal:
Árvore de Natal: 39,23%
Brinquedos: 39,70%
Champagne: 59,49%
Enfeites de Natal: 48,02%
Panetone: 34,63%
Perfume importado: 78,99%
Perfume nacional: 69,13%
Peru/ Chester/Pernil: 29,32%
Presépio: 35,93%
Relógio: 56,14%
Roupas: 34,67%
Telefone importado: 68,76%
Tênis importado: 58,59%
Tênis nacional: 44,00%
Videogame: 72,18%
Vinho importado: 59,73%
Vinho nacional: 44,73%