Os produtores de soja de Mato Grosso querem mudanças na cobrança de royalties pelo uso de sementes transgênicas.
Eles esperam que haja mudança, depois do anúncio de aquisição da multinacional de herbicidas e engenharia genética de sementes Monsanto pelo grupo farmacêutico alemão Bayer por US$ 66 bilhões.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores e Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, a cobrança de royalties foi debatida em 5 reuniões com a Monsanto. Conforme ele, atualmente o produtor paga R$ 129 por hectare cultivado com sementes que incorporam tecnologia da multinacional. “Se não recolher esse valor, o agricultor é penalizado com a cobrança de 7% sobre a produção entregue na moega”.
Dalcin acrescenta que essa transação cria uma gigante do setor, “com faturamento de US$ 26,5 bilhões”, comenta. Na sequência, cita ele, estão a Syngenta/ChemChina (US$ 16,3 bilhões), Dupont/Dow Chemical (US$ 16,2 bilhões) e Basf (US$ 5,2 bilhões). “A Bayer tem um grande portfólio de defensivos/herbicidas e continua com pesquisas nessa linha, se mantendo como uma marca muito forte”.
A sinergia esperada com a combinação das duas companhias será de US$ 1,5 bilhão após 3 anos, além de novos cortes de custos ganhos com soluções integradas nos anos futuros. A aquisição está sujeita à aprovação de órgãos reguladores, mas a expectativa é que a operação seja concluída até o fim de 2017. Pelo acordo, a Bayer se comprometeu a pagar US$ 2 bilhões em caso de não aprovação por órgãos antitruste, sinalizando a confiança da companhia de que obterá o aval necessário.