Os donos de pequenos negócios têm mostrado resiliência ao longo dos últimos anos para enfrentar os diversos impactos trazidos pela pandemia da Covid-19. Dados apresentados pela 14ª Pesquisa Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelam que a proporção de empresas com queda no faturamento alcançou o menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2020. Em média, 59% das empresas ainda sofrem com a redução do faturamento, sendo que entre os Microempreendedores Individuais (MEI) essa porcentagem atinge 62%, contra 53% entre as micro e pequenas empresas (MPE).
O levantamento, feito entre 25 de abril e 2 de maio de 2022, mostra também que as perdas são em média de 23%. Desde meados do ano passado, o Sebrae tem observado um movimento de recuperação das perdas. No entanto, os impactos da pandemia pesam mais sobre as contas do MEI do que sobre as das MPE. Enquanto os Microempreendedores Individuais ainda enfrentam perdas de 29%, as micro e pequenas empresas sofrem com redução de 14% no faturamento.
Quando o assunto são as dívidas, 65% dos donos de pequenos negócios estão com o caixa comprometido, mas as MPE estão mais endividadas do que os MEI. São 73% das micro e pequenas empresas com débitos pendentes contra 60% dos MEI com contas para pagar. Apesar disso, a renda dos Microempreendedores Individuais está mais comprometida nesse quesito. Em média, 59% dos pequenos negócios têm mais de um terço de seus custos mensais afetados por dívidas, sendo que entre os MEI essa porcentagem é de 67%. No caso das MPE, são 48% na mesma situação.
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A pesquisa também apresenta que a busca pelo crédito varia entre os pequenos negócios, apesar de se manter praticamente estável ao longo dos últimos meses. Os MEI têm recorrido menos aos financiamentos e, quando o fazem, são os que têm mais recusas das instituições financeiras. Enquanto 42% dos Microempreendedores Individuais buscaram empréstimos, 61% das micro e pequenas empresas solicitaram uma ajuda financeira de terceiros. Entre as MPE, 70% conseguiram o crédito contra 41% dos MEI.
VENDAS ON-LINE – Apesar da reabertura dos estabelecimentos físicos, as vendas on-line devem continuar em alta e o atendimento híbrido tende ser a realidade dos pequenos negócios. O levantamento mostra que os MEI aderiram mais ao uso de ferramentais digitais para vender, com 72% utilizando redes sociais, aplicativos ou internet. No caso das MPE, esse índice é de 70%.
PERSPECTIVAS – Aos desafios trazidos pela pandemia da Covid-19 somam-se outras preocupações na cabeça do empreendedor, como a alta de inflação e dos juros que impactam os custos das empresas. Questionados sobre o futuro dos negócios, em média, 41% dos donos de pequenos empreendimentos responderam que ainda têm muitas dificuldades para manter o negócio. Os MEI consideram-se mais aflitos (44%), enquanto 37% das MPE avaliam que o seu estado de espírito ainda é de preocupação com o futuro.