Novidades da produção de etanol de milho foram apresentadas na 8ª edição do Encontro Sucroenergético de Mato Grosso, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), nesta quarta-feira (27).
O evento promovido pelo Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/MT) e demais empresas parceiras do setor, foi voltado para a área técnica, porém, também abordou questões estratégicas para o desenvolvimento econômico do Estado.
Segundo o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, o setor tem sido um propulsor de novos investimentos em Mato Grosso, agregando valor a matéria-prima produzida aqui. “É uma honra a gente ver que essa construção que tem sido feita ao longo dos anos, primeiro desde que se iniciou o programa de biocombustíveis brasileiros, lá no final da década de 70, o tanto que isso já avançou no país, como uma estratégia de desenvolvimento industrial”, exaltou na abertura do evento.
O consultor técnico de vendas da Uniweld Indústria de Eletrodos Ltda, Sérgio Lessa, também coordenador do evento, disse que algumas empresas participantes trouxeram novidades, como transformações de tecnologias na moagem do milho. "Mais um ano estamos realizando esse evento e é sempre um sucesso, com a adesão de vários participantes que trazem o que tá acontecendo de melhor no setor. Esse ano vamos dar um enfoque especial na produção do etanol de milho", disse Sérgio ao MT Econômico.
Para o diretor executivo do Sindalcool/MT, Jorge dos Santos, o setor industrial sucroenergético é o que mais cresce no Estado, com uma produção estimada em 1,85 bilhões de litros de biocombustíveis ao ano, sendo que outras empresas estão se adaptando e produzindo cada vez mais, entretanto, encontra dificuldades para escoar essa produção.
“É um problema que o Sindalcool pensa 24 horas por dia, a logística”, explicou Jorge dos Santos à reportagem do MT Econômico. “Mato Grosso vai produzir em torno de 28 milhões de toneladas de milho, o mais barato do Brasil, com um custo de logística absurdo para mandar isso para outros estados”, pontuou.
Produtividade em alta
O diretor administrativo da Usina Porto Seguro, em Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá), Ricardo Ferraz, também aponta a logística como um empecilho, porém, acredita na possibilidade de ampliar o diálogo com o governo, unindo forças com novas indústrias que vêem no milho um produto consolidado no mercado.
“Estive reunido com alguns produtores de milho recentemente e disseram que estavam prontos para dobrar a capacidade, enxergando que essa indústria do etanol de milho veio pra ficar de uma forma consolidada”, contou à reportagem.
O diretor explica que toda cana produzida pela unidade é direcionada para o açúcar e o etanol hoje é 100% de milho. A empresa também aproveita o milho para a produção de DDG, subproduto, usado na fabricação de alimento animal.
“Hoje nós moemos 1200 toneladas por dia, é um volume gigante que está sendo gerado. Nos últimos três anos nós dobramos a capacidade. Esse ano a previsão é de aumento de 47% da nossa capacidade de produção”, comemorou.
De acordo com Ferraz, a Usina Porto Seguro, foi a terceira a implantar o etanol de milho dentro da operação de cana.
Hoje, o etanol de milho é uma realidade no Brasil e em Mato Grosso, onde há inúmeras oportunidades de crescimento.
Além das palestras técnicas, o evento contou com a exposição de stands de empresas do setor que trouxeram as novidades de produtos e serviços, bem como as inovações tecnológicas para melhorar a produtividade.