Segundo dados do IBGE, Mato Grosso possui o segundo maior PIB per capita do Brasil. De acordo com membro do GT 47 do Confaz, Jonil Vital de Souza, “o estado é um dos que possui a menor participação da renda salarial no conjunto do PIB e isso se deve basicamente ao uso intensivo de capital na agropecuária mato-grossense”, explicou Jonil ao MT Econômico.
O PIB per capita do Brasil, em 2021, foi de R$ 42.247,52, aumento de 17,6% em valor em relação a 2020 (R$ 35.935,74). O Distrito Federal manteve-se como a UF com o maior PIB per capita brasileiro – R$ 92.732,27, 2,2 vezes maior que o PIB per capita do País. Mato Grosso ocupou a segunda posição, com PIB per capita de R$ 65.426,10, seguido por Santa Catarina, com R$ 58.400,55. O menor ficou com o estado do Maranhão, R$ 17.471,85.
“Exige bastante capital, mas também gera uma certa concentração em função de grandes propriedades na escala de produção. Mato Grosso, nesse aspecto – que não necessariamente é positivo, tem esse PIB per capita, mas que é basicamente graças à exportação. Assim como o estado do Pará com a sua produção de minério”, acrescenta Jonil.
No fim das contas, ter o segundo maior PIB per capita do Brasil, acaba não sendo tão bom para o estado, já que a riqueza é concentrada em um único nicho. Ou seja, os outros setores no estado não possuem capital tão significativo quanto o agronegócio, o que significa que o salário não vai crescer o suficiente para acompanhar o custo de vida mato-grossense, que já é elevado para boa parte da população.
PIB dos Estados
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o crescimento do PIB nas 27 federações brasileiras, dentre elas, Mato Grosso, que teve crescimento positivo e pelo segundo ano consecutivo, subiu de posição no ranking.
Quanto ao desempenho de Mato Grosso, o estado subiu para a 11ª posição, desbancando Pernambuco, que agora está em 12º. Em 2020, MT já havia ultrapassado o estado do Ceará e ficou em segundo lugar com a maior renda per capita do país, ficando atrás somente do Distrito Federal. Atualmente, Mato Grosso possui 2,6% de participação no PIB do Brasil.
Todas as cinco regiões obtiveram crescimento, com destaque especial para o Sul, que alavancou 6,5%, quando comparado com o ano anterior. Já o Centro-Oeste permaneceu estável com crescimento de apenas 1,9%, devido ao resultado negativo da agropecuária.
Apesar dos estados do Centro-Oeste terem sido prejudicados, por conta do desempenho ruim da agropecuária, o crescimento em volume dos serviços compensou, para alguns estados da região.
Esses números positivos são importantes, especialmente porque em 2020, o Brasil teve um desempenho negativo. Com a ajuda do setor de serviços e da indústria, o Brasil conseguiu alavancar o seu PIB em 2021, tanto de uma forma geral, quanto individual para cada federação.
Leia também: Classes C e D/E impulsionam crescimento da conectividade no país
Entretanto, a região que tem como principal pilar econômico o agronegócio, além de ter ficado estagnada também não teve um bom desempenho na participação da remuneração dos empregados.
A perda de participação da remuneração de empregados no PIB foi observada em todas as cinco regiões do país. Mas, o Centro-Oeste ganha maior destaque, já que essa participação recuou pouco mais de 3% entre 2020 e 2021. Em 2020, esse número era de 43,8%, em 2021, ele caiu para 40,4%.
Isso ocorreu devido ao aumento dos preços das principais commodities agrícolas produzidas nos três estados do Centro-Oeste e do aumento da influência agrícola na região.