Alta tecnologia aplicada, inovações no controle químico e biológico, pesquisas atualizadas, problemas regionais nas lavouras, além de novos conhecimentos e técnicas de manejo foram apresentados para mais de 700 pessoas em um Dia de Campo, realizado em Sorriso (distante a 396 km de Cuiabá). Nas últimas safras as lavouras dessa região têm sofrido com anomalias em vagens e quebramento de plantas, e, no evento foram apresentadas algumas pesquisas que indicam possibilidades de manejo que colaboram com a redução destes problemas, amenizando o impacto das perdas.
Segundo o pesquisador Geraldo Chavarria, professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), e especialista em Fisiologia, estudos ainda não conclusivos buscam associar a anomalia em plantas à presença de patógenos considerando também a interação das plantas com as condições edafoclimáticas. Pesquisas mais recentes mostram a contribuição da nutrição e do ambiente de produção no quebramento de plantas. Contudo, ambos problemas têm alta correlação genética.
“Como o processo é muito recente e temos um dinamismo muito grande de cultivares e ocorrências, estamos estudando algumas ações para avançar nessa percepção. Mas hoje, dentro do meu contexto e da nossa experiência dos últimos dois anos, é que temos um sistema produtivo que tem aumentado seu potencial produtivo, trabalhando com nível nutricional que temos que melhorar bastante, e fazendo semeaduras cada vez mais antecipadas”, explicou o pesquisador. Já se sabe que as condições climáticas (precipitação, temperatura, molhamento foliar e estresse hídrico) tem impacto direto sobre a ocorrência e consequente evolução das anomalias na região que margeia a BR-163.
Mato Grosso tem acesso a pesquisas e tecnologias de ponta para combater e evitar disseminação de algumas doenças, ou anomalias em vagem e quebramento de plantas, tanto que há estudos que mostram que o tratamento em fase inicial e com aplicações adequadas tem surtido efeitos positivos e melhores resultados contra estes problemas.
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Fabiano Siqueri, pesquisador da Proteplan, explica que as pesquisas e o Dia de Campo em Sorriso foram voltados às características e particularidades da BR-163, principalmente os problemas que são apontados como desafios nos últimos anos, como as anomalias, quebramento e controle de manchas no cultivo de soja.
“Em alguns aspectos, vimos que nessa safra a ocorrência foi muito menor para os dois problemas de maneira geral. Uma coisa que vimos com clareza é que áreas onde o produtor trabalha com um perfil de solo, com detalhamento maior, com cuidado do ponto de vista químico, físico e biológico, plantas de cobertura, toda essa lógica de estabilidade produtiva faz com que esses problemas de quebramento e anomalias sejam menores, então esse é o recado mais importante nesse contexto”, disse.
A pesquisadora da Proteplan, Alana Tomen, explicou que no banco de dados com alguns resultados com repetibilidade, é possível assumir algumas medidas e adotar estratégias que resultarão em uma safra mais segura e produtiva, com menores prejuízos e mais qualidade de grãos.
“Estamos na quarta safra e vivenciado os problemas das anomalias, mas é o primeiro ano em que conseguimos direcionar nossos projetos, especialmente em busca de uma solução ou redução dos efeitos dessas anomalias na soja. Nesse ano conseguiremos sim respostas mais consistentes e resultados que nos ajudarão e muito na recomendação de variedades e fungicidas para as próximas safras”, concluiu.