Mato Grosso se consolida cada vez mais como um dos principais produtores de etanol do País e já ocupa o terceiro lugar no ranking de maior fabricante do biocombustível, ficando atrás apenas de São Paulo e Goiás. A próxima safra reserva números favoráveis para o Estado e a estimativa é que sejam gerados 5,3 bilhões de litros, o que representa o aumento de mais de um bilhão de litros em relação ao produzido na última safra.
Atualmente, segundo dados apresentados pelas Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind), cerca de 75% da produção de etanol do Estado têm como matéria-prima o milho. Na safra passada foram registrados 3,2 bilhões, sendo que a previsão é de que este número alcance o patamar de 4,2 bilhões de litros na safra 2023/24.
Quanto ao etanol de cana, foram 1,07 bilhão de litros produzidos e, para a próxima safra, o esperado é de 1,1 bilhão de litros. Os dados, conforme o vice-governador Otaviano Pivetta, são surpreendentes. “O que aconteceu de 2015 a 2022 foi nada mais do que crescer dez vezes a produção de etanol. O Estado está acompanhando e procurando facilitar em tudo que é seu papel, além de criar condições para que novos investimentos se estabeleçam”.
E apesar do setor viver um momento de incertezas, após uma política de estímulo ao consumo de combustíveis fósseis, quando houve baixa de impostos favoráveis à gasolina, os investimentos, anteriormente planejados pelas indústrias, puxaram a elevação da produção.
Os impactos desse desenvolvimento, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, César Miranda Lima, devem impactar diretamente a sociedade. “Vamos aumentar muito a nossa produção com um combustível altamente sustentável. E, com isso tudo que estamos vendo, Mato Grosso será cada vez melhor para se morar, investir e resolver os problemas sociais”
Para 2023/24, o setor anunciou o início das operações de uma nova unidade de produção de etanol de milho em Primavera do Leste e a finalização da ampliação de outra unidade, em Nova Mutum. Isso porque, as indústrias apostaram no desenvolvimento do processo industrial, o que, consequentemente, trouxe maior valor agregado à matéria-prima, mudando toda a cadeia produtiva.
“Esse momento gera o fortalecimento de toda nossa cadeia, que trabalha constantemente pela inovação e para oferecer mais opções para mercado. No caso do etanol de milho, por exemplo, com a mesma matéria-prima é possível gerar também o DDG (Grãos Secos de Destilaria), que são utilizados para nutrição animal, energia elétrica e óleo de milho”, pontua o presidente da Bioind, Sílvio Rangel.
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Já no caso da cana de açúcar é possível gerar também energia, biogás e levedura seca e biofertilizantes, conforme explica Sílvio Rangel. A produção local foi comercializada com dezessete estados brasileiros somente no ano de 2022, entre eles: São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Paraná.
O setor mato-grossense conseguiu diversificar para além da geração de energia e biofertilizantes, o que estimula, consequentemente, o crescimento de outras cadeias industriais e agrícolas. “Com esse perfil mais arrojado, estamos agregando mais e isso traz um impacto grande para toda a nossa sociedade. Com uma maior e mais diversificada produção, temos geração de empregos, renda e melhor arrecadação, que é revertida em investimentos em saúde, educação e infraestrutura”, completa Sílvio
CRESCIMENTO EM NÚMEROS – Além do etanol, a indústria registrou um número considerável na produção de DDGs. Em relação ao insumo, que é originado a partir de milho, foram produzidos 1,6 milhão de toneladas nesta safra 2022/23 e para a próxima safra 2023/24 a estimativa é de que esse valor chegue a 1,8 milhão.
Quanto à moagem de milho para a produção de etanol, a previsão é que nesta safra seja registrado o patamar de 7,29 milhões de toneladas, enquanto para a safra 2023/24 a devem ser moídos um total de 9,35 milhões de toneladas. Já em relação à cana, foram 15,9 milhões de toneladas moídas, na última safra, e, para 23/24, esse número deve chegar a 16,6 milhões.