Na parcial de outubro, dados até o último dia 24, a arroba bovina brasileira atingiu o maior patamar dos últimos 16 meses. O movimento foi motivado pela menor participação de fêmeas nos abates durante o período e pela forte demanda internacional, apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Assim, o boi gordo ficou cotado a US$ 46,29/@ em Mato Grosso, maior valor desde maio do ano passado, e a US$ 53,29/@ em São Paulo, alta de 15,58% e 18,69%, respectivamente, ante setembro.
Já os EUA continuam com a arroba mais cara, e a estimativa de redução na oferta de gado norte-americano tem contribuído com a valorização nos preços do país, cuja arroba ficou cotada a US$ 110,16 no último mês. “Com isso, mesmo com a alta na arroba em dólar, Mato Grosso segue tendo a carne mais competitiva em termos de preços dentre os principais países produtores, o que pode favorecer o mercado de exportações do estado”.
Em Mato Grosso, a vaca gorda a prazo exibiu valorização semanal de 7,95% e ficou precificada em média a R$ 252,38/@, reflexo da menor oferta nas indústrias.
ATENÇÃO – Em 2025, o rebanho bovino no Brasil deve totalizar 234,67 milhões de animais, menor volume desde 2018. O rebanho brasileiro deve reduzir em 2,25% em relação a 2024, ou seja, 5,39 milhões de animais a menos no comparativo (USDA). “A retração no rebanho é reflexo do intenso abate que vem acontecendo nos últimos três anos, e que se intensificou ainda mais este ano. Já em relação à produção de proteína vermelha, o departamento estima que sejam 11,75 milhões de toneladas em 2025”.
Apesar da redução de 0,84% no comparativo anual, ainda está entre os maiores volumes produzidos em um ano pelo país. Com isso, o Brasil fica próximo do principal produtor de carne bovina, tendo em vista que a produção de proteína norte-americana (EUA) em 2025 está projetada em 11,81 milhões de toneladas, queda de 3,96% no comparativo anual. A menor produção estadunidense está ligada à fase de alta do ciclo pecuário no país, resultado da menor oferta de gado terminado nos últimos anos. “Se confirmado esse cenário americano, pode favorecer ainda mais o Brasil no mercado exterior”, acentuam os analistas.
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