O presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (Sindenergia), Carlos Garcia, aponta que em função da extrema seca e escassez de chuvas, a geração de energia por hidrelétricas tem sido impactada em Mato Grosso, com uma redução de 50% na produção das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
“As PCHs geralmente operam a fio d’água, sem capacidade significativa de reserva. Assim, a seca reflete diretamente nas vazões dos rios e consequentemente na geração de energia. Por outro lado, as grandes hidrelétricas, que possuem reservatórios, como o caso da Usina de Manso, obtém-se geração média, garantindo geração de eletricidade no período seco”, explica.
Segundo Carlos, é essa compensação das grandes usinas que conseguem equilibrar o sistema e não deixam chegar ao nível de indisponibilidade energética. “As UHEs que acabam carregando o sistema, já que 80% da geração vêm dessas unidades. Quem acaba sentindo mais diretamente é o empresário, que acaba gerando bem menos energia, mas a rede como um todo tem energia suficiente por causa desses reservatórios”, aponta.
No entanto, o representante do setor esclarece que esses reservatórios só podem ser utilizados até um determinado limite, não podendo passar de 50%, segundo os parâmetros da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Por uma maior responsabilidade, as usinas termelétricas entram em operação, suprindo a geração hidrelétrica e equilibrando o sistema. O problema é que essa é uma geração cara, o que acaba refletindo na conta final. Nesse período, quando chega no horário de pico de uso, por exemplo, já não tem energia solar para ser gerada e é preciso aumentar a faixa das termelétricas”, detalha Carlos.
Algumas termelétricas já começaram a ser acionadas no Brasil. Em Mato Grosso, existe apenas uma usina térmica, e ela ainda não foi acionada. No entanto, Carlos explica que o acionamento das termelétricas no país acaba refletindo em Mato Grosso, já que o sistema é interligado, independentemente da energia.
Clique aqui e entre no grupo de notícias do MT Econômico e fique por dentro de informações relevantes