A segurança jurídica no mercado de energia é fundamental para o desenvolvimento econômico do setor elétrico de Mato Grosso, além de trazer oportunidades para os investidores, é o que aponta o presidente do Sindenergia, Tiago Arruda.
“É importante que haja segurança jurídica e que todas as regras sejam claras para que os investidores façam suas contas e achem o melhor caminho para os investimentos”, disse.
A fala do presidente do Sindenergia foi abordada em entrevista ao MT Econômico no primeiro dia do XI Seminário de Energia “Oportunidades no Setor Elétrico em Mato Grosso”, realizado nesta segunda-feira (08), pelo Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás de Mato Grosso (Sindenergia), com apoio da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt) e Lide Mato Grosso.
O seminário, que é considerado o principal evento voltado ao setor elétrico de Mato Grosso, retomou neste ano de forma presencial, depois da suspensão em 2019 por causa da pandemia da Covid-19.
De acordo com Tiago Arruda, o Mato Grosso é referência em energia renovável e por isso é necessário dar mais seriedade aos contratos firmados com os investidores.
“É preciso que haja aperfeiçoamento das regras, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista regulatório tarifário. O mais importante é que essas novas regras não retroajam, ou seja, para aqueles que fizeram investimentos à época, as regras têm que permanecer. A segurança jurídica garante isso e faz com que todos ganhem”, destacou Tiago Arruda.
Leia também: Indústrias de MT podem economizar até 30% buscando energia no mercado livre
Em Mato Grosso, o setor elétrico é um importante segmento da economia, uma vez que garante a produção e o consumo para empresas e consumidores.
O presidente do Sistema Fiemt, Silvio Rangel, também esteve presente no seminário e destacou à nossa reportagem sobre a importância de investimentos na infraestrutura do setor elétrico. “Tivemos a participação de diversas empresas nacionais para investir em Mato Grosso. São projetos que precisam ser colocados em prática. A questão energética é um gargalo e, até que se resolva para o nosso crescimento, é importante que coloquemos sempre em discussões esses novos investimentos”.
“Eventos como esse mostram as oportunidades que Mato Grosso tem para as empresas que estão de fora. E com a segurança jurídica, é importante mostrar que o Estado tem esse potencial e que empresas podem vir com projetos para investir em Mato Grosso”, acrescentou Silvio.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo, falou ao MT Econômico sobre a participação do órgão no processo de geração e distribuição de energia.
“O TCE conhece bem a realidade de todos os municípios. Nós observamos que existem municípios com prosperidade, crescimento e desenvolvimento, mas também existem municípios de pobreza, que em muitos casos, não tem economia forte para se manterem com recursos próprios. Para buscar sustentação econômica precisa, primeiramente, ter energia. Por isso, o Tribunal, junto com as instituições, precisa trabalhar em conjunto para orientar esses municípios e fazer com que eles tenham as mesmas oportunidades que as demais cidades com potencial de crescimento”.
Ainda de acordo com o conselheiro, o debate sobre o setor elétrico de Mato Grosso é uma forma do TCE ampliar os trabalhos relacionados ao desenvolvimento econômico.
“Há uma discussão no Congresso dizendo que pelo menos 35 municípios no Estado poderão deixar de existir porque tem uma economia muito ruim. A proposta prevê a incorporação desses municípios com cidades vizinhas. Isso é grave e seria um retrocesso. Para isso não acontecer, é preciso fomentar a economia e é isso que discutimos no seminário. Nada acontece sem energia em Mato Grosso e o nosso objetivo é buscar o desenvolvimento para todos”, finalizou em entrevista.
O XI Seminário de Energia “Oportunidades no Setor Elétrico em Mato Grosso”, ocorre de 08 a 10 de maio, em Cuiabá. Para saber mais, clique aqui
Reportagem especial e fotos: MT Econômico