De acordo com as análises estaduais contidas no Boletim Logístico, estudo publicado pela Conab, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram alguns dos estados que tiveram recuo dos preços dos fretes ao longo do mês de abril.
As 14 rotas com origem em municípios mato-grossenses apresentam alta anual, quando comparadas com o mês par do ano passado. Porém, como mostra o estudo da Conab, na passagem de março para abril deste ano – período de referência para este boletim – há retração nos valores cobrados em sete rotas. Nas outras sete houve estabilização, ou seja, não aumentou e nem recuou.
Entre as rotas com valor de frete reduzido, a maior queda foi de 5%, registrada no frete entre Campo Novo/MT a Santos/SP, saiu de R$ 410 para R$ 390 a tonelada. A retração de 5% também foi observada em fretes partindo de Sorriso/MT a Alto Araguaia/MT e de Querência/MT a São Luis/MA.
Conforme a Conab, os preços dos fretes recuaram em abril, em virtude da redução nas movimentações estaduais, especialmente em se tratando da safra da soja. Com o avanço do escoamento da soja aos portos a partir de janeiro, no entanto, com as contínuas reduções até abril repercutiram na demanda por fretes, afetando, consequentemente, os preços, queda prevista para continuar até fins de maio.
“A partir de junho, no entanto, o que se espera é que os fretes venham a apresentar elevação, em virtude da colheita do milho segunda safra, com início previsto para fins de maio e início de junho. Os preços estão prenunciados a manterem-se aquecidos durante junho e julho, período de colheita da safra de milho e algodão”, diz trecho do Boletim.
Em geral, o Boletim destaca que a diminuição dos valores se deu em razão da redução nas movimentações estaduais, especialmente da safra da soja. No estado de Goiás a movimentação foi considerada pela maioria das transportadoras igual ou um pouco mais fraca que no mesmo período do ano passado, tendo os preços de frete se mantido estáveis ou em queda para a maioria das rotas.
Já para o Distrito Federal o mercado de fretes encontra-se firme. Segundo o Boletim, a movimentação de cargas vem apresentando boa recuperação em razão do aumento na oferta do milho, provocado pelo incremento da colheita do cereal de segunda safra.
No Paraná os preços dos fretes seguem estáveis, quando comparados ao mês anterior, e na Bahia os fretes apresentaram reduções em abril, influenciadas pela finalização da colheita da soja no Centro-Oeste e a predominância do tempo chuvoso na região onde está localizado o porto de Cotegipe, em Salvador.
EXPORTAÇÕES – As exportações de soja e milho efetuadas pelo Brasil seguiram movimentos distintos ao longo de abril. Conforme análise do Boletim Logístico foi observado ao longo do mês um contínuo declínio no volume das exportações de soja, que alcançaram 11,48 milhões de toneladas, apresentando queda de 6,3%, frente ao ocorrido no mês anterior, e de 28,7% comparado a abril/21.
Já com relação ao milho, o volume exportado em março deste ano, (quase inexpressivo quando equiparado aos quantitativos dos meses anteriores), apresentou em abril um montante de 690 mil t, resultado da influência gerada pelas cotações internacionais do produto.
Leia mais: Estudo aponta que rota originada em MT tem um dos fretes mais baratos para ‘semi-pesados’