Setembro marca o início da contagem regressiva para o start do plantio da nova safra de soja, em Mato Grosso, e ainda o fim do Vazio Sanitário (15 de setembro), período proibitivo à cultura. Conforme destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura da oleaginosa começará de fato quando as primeiras chuvas (acima de 10 mm) voltarem a cair no Estado.
Segundo o TempoCampo, as precipitações para o acumulado dos próximos 30 dias apontam chuvas previstas de 25 a 50 mm em todo o Estado, com maiores volumes nas regiões noroeste, norte e parte da médio norte. “A confirmação desse cenário poderá auxiliar o desenvolvimento inicial das plantas e favorecer a janela de cultivo para as culturas de segunda safra. Por outro lado, é importante ressaltar que neste ano o Estado está sob influência do fenômeno ‘La Niña’, que tem como característica atrasar as precipitações em Mato Grosso”, apontam os analistas.
Com a indefinição do cenário climático, neste momento, e o levantamento feito com os informantes do Instituto, as projeções para a safra 22/23 foram mantidas para o Estado, informa o Imea. Ainda assim, são esperados novos recordes de produção e área plantada para soja, em Mato Grosso.
PROJEÇÕES – O levantamento realizado no mês de agosto com os informantes do Instituto não trouxe modificações para a estimativa da safra 2022/23 de soja, em Mato Grosso. Desse modo, a intenção de área foi mantida em 11,81 milhões de hectares, aumento de 2,92% ante a safra 2021/22, dado que se confirmado, apontará novo recorde de área plantada no Estado.
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“Os modelos do NOAA trazem atenções para a primeira quinzena de setembro, devido às projeções apontarem poucas precipitações, principalmente no período que antecede ao fim do Vazio Sanitário (dias 8 a 14 de setembro). É importante citar, que as chuvas neste período são fundamentais para o início da semeadura e favorecimento do cultivo da segunda safra, conforme foi visto no ano passado, quando foram observadas boas precipitações neste período, o que resultou no adiantamento do cultivo e da colheita da soja em Mato Grosso”, explicam os analistas.
Com um cenário que ainda traz incertezas quanto ao clima, as projeções para o rendimento ficam limitadas e por isso, o Instituto permanece estimando 58,58 sc/ha para a safra 2022/23, indicando um recuo inicial de 1,26% em relação aos rendimentos da safra 2021/22. Com esse desenho de produtividade, safra 2022/23 continua estimada em 41,51 milhões de toneladas de soja, representando uma alta de 1,62% ante a safra 2021/22, podendo se tornar em novo recorde de produção.
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